No período, quando Lula atingiu a melhor aprovação do mandato, 60% dos entrevistados concordavam com as ações do governo petista.
O pior desempenho aconteceu em abril, quando a aprovação era de 51%. A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 22 de outubro, com 2 mil pessoas. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Reduto histórico do PT, a região Nordeste dá a melhor avaliação ao governo, com uma aprovação de 68%, enquanto no Sudeste o índice é de 49%. O presidente Lula também vai melhor entre as mulheres (55%), pessoas com mais de 60 anos (62%) e quem tem ensino fundamental (63%).
Já as maiores reprovações vêm de evangélicos (52%), entrevistados com ensino superior incompleto ou mais (54%) e eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (77%).
Segundo o sócio-diretor da Quaest, Felipe Nunes, o cenário atual é parecido com o de abril, quando o governo ainda não havia conseguido avançar nas pautas econômicas.
A principal aposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é a reforma tributária, que teve relatório apresentado só nesta quarta no Senado.
"A queda na aprovação identificada pela pesquisa deste mês não está concentrada em nenhum segmento. Pelo contrário, ela se deu de forma generalizada, em todas as regiões e em quase todos os estratos sociais", resumiu o especialista.
Pontos positivos e negativos do governo
Segundo Felipe Nunes, entre os pontos positivos do governo Lula vistos pelos entrevistados estão políticas associadas ao perfil histórico do PT: Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; aumento do salário mínimo; e o Programa Desenrola Brasil.
Outra questão bem avaliada é a postura do Brasil no conflito entre Hamas e Israel — o Brasil ocupa a presidência temporária do Conselho de Segurança da ONU, e a resolução apresentada pelo país neste mês, que pedia um cessar-fogo e ajuda humanitária, só não foi aprovada pelos Estados Unidos, que têm poder de veto.
Já entre os pontos negativos da gestão petista estão corrupção, relação com a Venezuela e pautas de moral e costumes, além do excesso de viagens do presidente Lula ao exterior.
"É a primeira vez que a desaprovação chega a quase 10% de quem votou em Lula, e, depois de três rodadas, a desaprovação voltou a crescer no eleitorado que votou em Bolsonaro", acrescenta o especialista.
Segundo Nunes, o principal motivo para a queda da aprovação do presidente Lula é a piora da economia: para 32% a situação é ruim, enquanto 33% dizem que melhorou. "Há a percepção da maioria de que as contas de água, luz e telefone aumentaram no último mês, de que o preço dos alimentos e dos combustíveis também subiu recentemente", justifica.
Governo tem avaliação positiva de 38%
A pesquisa da Genial/Quaest também mostrou que o governo do presidente Lula tem em outubro avaliação positiva de 38%.
Para 29% dos entrevistados é regular, e outros 29% avaliam de forma negativa. Em agosto, os índices eram 42% positivo e 29% regular.
"Quando comparamos avaliação Lula 3 com outros governos, vemos semelhança com o governo Bolsonaro. Dilma 1, Lula 1 e 2 e FHC 1 tinham mais avaliação positiva e menos avaliação negativa. FHC 2 e Dilma 2 tinham mais avaliação negativa e bem menos avaliação positiva", finaliza.