Panorama internacional

María Corina Machado vence eleições primárias da oposição na Venezuela

Com uma ampla maioria, a ex-deputada e líder da oposição María Corina Machado venceu as eleições presidenciais primárias na Venezuela, que aconteceram no domingo (22). Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pela Comissão Nacional das Primárias (CNP). Ao todo, foram mais de 2,4 milhões de votos no pleito.
Sputnik
Apesar de ter registrado 93% dos votos, a candidatura de Corina ainda é incerta no país. A ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela teve os direitos políticos cassados por conta de denúncias contra a atuação parlamentar da líder da oposição há dez anos: entre as acusações, está o apoio de Corina às sanções impostas pelos Estados Unidos ao país.
O bloco da oposição na Assembleia denunciou, ainda no domingo, diversos vícios e irregularidades no processo, como a falta de participação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O rival mais próximo de Corina nas primárias foi o ex-parlamentar Carlos Prosperi, que teve menos de 4% dos votos. O país tinha 21 milhões de eleitores habilitados, mas menos de 10% participaram do pleito.
Os resultados foram divulgados após a apuração dos votos alcançarem 91,3% do total. As eleições presidenciais na Venezuela acontecem no próximo ano, e Nicolás Maduro, que está no poder há uma década, deve concorrer à reeleição.
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Alívio das sanções americanas

A realização das primárias foi uma das contrapartidas americanas para a retirada das sanções do petróleo e do gás venezuelano, que pode ser renovada a cada seis meses. Além disso, os Estados Unidos pedem que a Venezuela deixe de impedir a participação de adversários políticos nas eleições, a exemplo de María Corina.
Mais de 2,4 milhões de pessoas participaram das eleições primárias do último fim de semana, com aliados do presidente Nicolás Maduro contestando o número. Só no exterior, quase 133 mil venezuelanos participaram da votação.
"Nós, venezuelanos, demonstramos um profundo amor pela democracia e um enorme compromisso com o futuro do nosso país", disse María Corina Machado em conferência de imprensa antes da publicação dos resultados finais. "Os números que são projetados hoje, devo confessar, excedem em muito as nossas melhores estimativas", acrescentou.
O processo não foi organizado pelo CNE, e a vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, disse que a participação foi inferior a 600 mil eleitores e que os dados foram inflados.
Política liberal que prometeu acabar com o socialismo e empreender reformas econômicas, Machado é acusada pelas autoridades de corrupção e de apoiar as sanções da comunidade internacional contra a Venezuela. Isso levou ao impedimento de concorrer a cargos políticos por 15 anos. Apesar disso, Corina disse que vai enfrentar Maduro nas urnas.
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