Panorama internacional

Rússia pede que Israel combata terroristas, e não civis

Por meio do embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, o Kremlin fez um apelo para que Israel combata terroristas, e não os civis, em relação à escalada do conflito contra o grupo armado Hamas.
Sputnik

"Pedimos que não desistam da luta contra o terrorismo, mas que lutem contra o terrorismo, com terroristas, não com civis. Essa é a essência daquilo de que falávamos, sem de forma alguma negar o direito de Israel de se defender de ataques terroristas", disse Nebenzya.

Em reunião com líderes religiosos, o presidente russo Vladimir Putin comentou o conflito e afirmou que o combate ao terrorismo não pode envolver vidas inocentes.
Nesta quarta-feira (25), o Conselho de Segurança da ONU rejeitou o projeto de resolução sobre o conflito no Oriente Médio, apresentado pelos Estados Unidos, por entender que a solução estabelecida não resolverá os impasses, de forma a desconsiderar a proposta da criação de dois Estados independentes.
Tanto a Rússia quanto a China, membros permanentes do Conselho e que têm a prerrogativa do veto, votaram contra a proposição norte-americana, o que foi questionado pelo embaixador israelense, Gilad Erdan.
Os Emirados Árabes Unidos também votaram contra o documento. Brasil e Moçambique se abstiveram. Os demais membros votaram a favor.
Nebenzya lembrou que na semana passada os Estados Unidos vetaram o projeto de resolução humanitária do Brasil, bloqueando assim a tentativa do Conselho de Segurança de desenvolver uma resposta à terrível crise.
Ele também observou que os Estados Unidos foram os únicos a votar contra as alterações propostas pela Rússia, que apelam a um cessar-fogo humanitário imediato e à condenação de todos os ataques indiscriminados a civis.

"A partir disso, ficou claro que os Estados Unidos simplesmente não querem que as decisões do Conselho de Segurança da ONU influenciem de forma alguma a possível ação militar israelense em Gaza no terreno, que, acompanhada por graves violações do direito humanitário internacional, corre o risco de provocar um conflito ainda maior dentro da região e possivelmente além", disse Nebenzya.

Segundo o representante permanente da Rússia na ONU, o projeto de resolução dos EUA estava repleto de disposições inadequadas, politizadas e "extremamente duvidosas".
"Não houve um processo consultivo normal sobre o assunto no Conselho. Os autores ignoraram quase todos os comentários das delegações, bem como a prática estabelecida de trabalhar em projetos de documentos. A delegação americana negou diretamente aos membros do Conselho a oportunidade de consultar as capitais, estabelecer prazos irrealistas", observou. "Não é surpreendente que o produto final fique completamente aquém dos padrões mínimos de qualidade. Ainda não contém um apelo ao cessar-fogo. Não condena os ataques indiscriminados a civis e a bens civis em Gaza", sublinhou.

"Este é um documento totalmente politizado, cujo único objetivo não é salvar civis, mas sim demarcar as diretrizes políticas dos Estados Unidos na região por meio de atalhos", concluiu Nebenzya.

Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, que matou mais de 1,4 mil israelenses, conforme o Estado judaico, que revidou com inúmeros bombardeios feitos nas cidades que compõem o território da Palestina, que já mataram ao menos 5.886 palestinos.
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