Nos edifícios mais altos da cidade, o furacão deixou buracos nas paredes. O presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, só conseguiu chegar ao local no início da noite, já que o comboio que levava o político encontrou diversas estradas bloqueadas por deslizamentos de terra. Parte do trajeto precisou ser feito a pé.
Moradores ficaram sem comida, e diversas lojas chegaram a ser saqueadas. "As pessoas estavam brigando por coisas", contou à AFP Eric Hernandez, de 24 anos.
Um dos principais complexos turísticos do México, Acapulco tem cerca de 780 mil habitantes. Um rio que corta a região transbordou, e pontes foram destruídas. Além disso, o fornecimento de energia elétrica foi afetado.
Conforme a Organização Meteorológica Mundial, o furacão Otis foi "um dos ciclones tropicais que mais rapidamente se intensificaram" nos registros históricos. O gerente de acomodações turísticas Citlali Portillo disse à rede Televisa que precisou se abrigar em uma banheira. "O edifício tremia como se fosse um terremoto", contou.
Um carro chegou a atingir o saguão de um hotel de luxo, cercado por destroços e vidros quebrados. O americano José Luis Flores, de 72 anos, disse que as férias se transformaram em uma tragédia. "Estamos desorientados. Não tivemos comunicação com nossos filhos. Não temos sinal. Não comemos nada", afirmou.
O Exército passou a atuar para limpar as ruas e retirar árvores caídas. Entre as quatro pessoas que seguem desaparecidas, três são soldados. O presidente mexicano disse que só não ocorreram mais mortes por conta da rápida mobilização das pessoas para buscar abrigo durante a passagem do furacão, que chegou à costa do país entre terça (24) e quarta (25).
México é atingido por furacões todos os anos
Entre os meses de maio e novembro, o México convive com a temporada de furacões nas costas do Pacífico e do Atlântico. Porém poucos já alcançaram a categoria 5, como o Otis. Em outubro de 1997, o furacão Pauline chegou a deixar mais de 200 mortos, a maioria na região do Pacífico.
Já em outubro de 2015, o furacão Patricia teve ventos de 321 quilômetros por hora, os mais forte já registrados, e foi comparado ao tufão que deixou 6 mil mortos nas Filipinas em 2013. Com as mudanças climáticas, essas tempestades estão cada vez mais comuns.