Nada está certo ainda, mas antes mesmo de qualquer tipo de indicação, Dino parece ter uma torcida contra e outra "a favor".
De um lado está a oposição. A resistência ao titular da Justiça ficou clara ontem (26), quando senadores rejeitaram a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Defensoria Pública da União (DPU) e impuseram uma derrota ao Planalto.
A rejeição foi um recado para Lula e pegou governistas de surpresa. O indicado do presidente havia sido sabatinado e aprovado pela Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça do Senado em 11 de julho. Na ocasião, recebeu 20 votos favoráveis e 1 contrário, o que deu a impressão de que o nome poderia passar com tranquilidade, de acordo com o Poder360.
Segundo a mídia, senadores da oposição avaliam que o governo pode ter resultado semelhante no plenário caso opte por indicar Flávio Dino ao STF. A avaliação dos legisladores foi que o nomeado para a DPU era "mais ideológico", mesma classificação aplicada por eles a Dino.
Depois da derrota do governo no plenário, senadores aproveitaram para cutucar a administração. Na rede social X (antigo Twitter), o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, disse que Lula "vai passar vergonha" se indicar o ministro da Justiça à Corte.
Do lado da torcida favorável, que "simpatiza" com o virtual candidato de Lula, estão alguns militares. De acordo com a coluna de Bela Megale em O Globo, membros de alta patente das Forças Armadas veem com bons olhos a entrada de Dino no STF.
Segundo a colunista, o sentimento de uma ala significativa de militares da ativa é que a mudança do ministro da Justiça para a Corte poderia retirar os militares do foco das investigações geridas pela pasta.
A avaliação desse grupo é que as investigações da Polícia Federal, sob o guarda-chuva da Justiça, têm focado as Forças Armadas. Na leitura de integrantes da cúpula militar, essas ações policiais que miram os fardados dificultam que a instituição saia da arena política, escreve o jornal.
No entanto, vale lembrar que o alvo militar não é casual. As apurações da PF que afetam os militares têm focado os membros das forças que apresentaram intenções de promover um golpe de Estado após a eleição de Lula. Como foi o caso do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
Além de Dino, há dois possíveis indicados neste momento à vaga no Supremo: o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. O presidente Lula ainda precisa nomear um titular para a Procuradoria-Geral da República (PGR), no lugar de Augusto Aras.