O premiê Robert Fico disse a outros líderes da União Europeia que € 50 bilhões (R$ 262 bilhões) em ajuda do bloco europeu para a Ucrânia deveriam incluir garantias de que os fundos não seriam desviados, segundo um comunicado de seu gabinete emitido nesta sexta-feira (27).
"A Ucrânia está entre os países mais corruptos do mundo e estamos condicionando o que é um apoio financeiro excessivo a garantias de que o dinheiro europeu [incluindo o eslovaco] não será desviado", disse Fico no comunicado citado pela Reuters.
O recém-primeiro-ministro, empossado na quarta-feira (25), também declarou que parte de qualquer apoio da UE à Ucrânia deveria ser destinado à renovação da infraestrutura da Eslováquia ao longo da sua fronteira oriental, bem como ao apoio às empresas eslovacas na restauração da Ucrânia.
A autoridade afirmou que seu país está pronto para apoiar o aumento da contribuição para o orçamento da UE em € 400 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) durante os próximos quatro anos, apesar de as finanças eslovacas estarem "devastadas".
Fico também informou que Bratislava não apoiaria cortes nos fundos agrícolas da União Europeia e que um aumento do orçamento do bloco deveria aumentar a competitividade e combater a migração ilegal.
O apelo do premiê às condições da ajuda da UE a Kiev surgiu em um debate ontem (26) em uma cimeira de dois dias de líderes do bloco europeu, onde Fico se juntou ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, nas críticas à ajuda ao país do Leste Europeu.
Além das críticas, em um anúncio feito na quinta-feira (26), o premiê eslovaco informou a suspensão da ajuda militar para Kiev. Segundo Fico, a Eslováquia vai cortar do seu orçamento a ajuda militar e só manter auxílios humanitários e civis.