Os governos do Chile e da Colômbia anunciaram, nesta terça-feira (31), que convocaram seus respectivos embaixadores em Israel para prestar esclarecimentos sobre as violações do direito internacional humanitário perpetradas pelo governo israelense em sua ofensiva na Faixa de Gaza.
"Diante das inaceitáveis violações do direito internacional humanitário que Israel cometeu na Faixa de Gaza, como governo do Chile, decidimos chamar o embaixador do Chile em Israel, Jorge Carvajal, a Santiago para consultas", diz o comunicado da chancelaria chilena.
O comunicado acrescenta que o Chile condena veementemente operações militares que não respeitam as regras fundamentais do direito internacional, e destaca o número de 8 mil mortos na ofensiva israelense na Faixa de Gaza, sendo a maior parte das vítimas mulheres e crianças.
"O Chile reitera o seu apelo pelo fim imediato das hostilidades, o que permitirá o envio de uma operação de apoio humanitário para ajudar as centenas de milhares de pessoas deslocadas internamente e vítimas civis."
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a decisão por meio de uma postagem na rede social X (antigo Twitter).
Decidi chamar a nossa embaixadora em Israel para consulta. Se Israel não cessar o massacre contra o povo palestino, não podemos estar lá.
Os comunicados dos governos do Chile a da Colômbia vêm no mesmo dia em que a Bolívia anunciou o rompimento das relações com Israel devido ao conflito na Faixa de Gaza.
A decisão do governo boliviano foi anunciada em coletiva, concedida pela ministra da presidência, María Nela Prada, ao lado do vice-chanceler boliviano, Freddy Mamani.
"A Bolívia decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel. Diante disso, vamos transmitir oficialmente, por meio dos canais diplomáticos estabelecidos entre os dois países, este comunicado, alinhado com os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas", declarou Mamani.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 8,3 mil pessoas perderam a vida na ofensiva — 63% delas mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil estão órfãs.
Nesta terça-feira, um ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI) atingiu o campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, matando pelo menos 50 civis. Posteriormente, o oficial do exército israelense, coronel Richard Hecht, confirmou que as FDI sabiam da existência de civis no local do ataque e justificou a ação como uma tragédia da guerra.
"Estamos fazendo tudo que podemos para minimizar, infelizmente eles estão escondidos entre a população civil. Esta é a tragédia da guerra, quero dizer, como você sabe, há dias que lhes dizemos para se mudarem para o sul", declarou ele.
Desde o dia 9 de outubro Israel impõe um bloqueio à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de água, alimentos, remédios, combustível para gerar eletricidade e outros itens de primeira necessidade.
Nos últimos dias, o governo israelense permitiu a entrada de alguns caminhões de ajuda humanitária, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que pode suspender a medida caso os insumos caiam nas mãos do Hamas.