O governo da Bolívia informou nesta terça-feira (31) que decidiu romper relações diplomáticas com Israel, um mês após o governo israelense lançar uma ofensiva contra a Faixa de Gaza.
A decisão do governo foi anunciada em coletiva, concedida pela ministra da Presidência, María Nela Prada, ao lado do vice-chanceler boliviano, Freddy Mamani.
"A Bolívia decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel. Diante disso, vamos transmitir oficialmente, através dos canais diplomáticos estabelecidos entre os dois países, este comunicado, alinhado com os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas", declarou Mamani.
A ofensiva israelense é criticada pela comunidade internacional. Mais cedo, o diretor do gabinete de Nova York do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu demissão do cargo, citando como justificativa o fracasso da organização em impedir o que chamou de genocídio perpetrado por Israel contra palestinos na Faixa de Gaza.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 8,3 mil pessoas perderam a vida na ofensiva — 63% delas mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil estão órfãs.
Desde o dia 9 de outubro Israel impõe um bloqueio à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de água, alimentos, remédios, combustível para gerar eletricidade e outros itens de primeira necessidade.
Nos últimos dias, o governo israelense permitiu a entrada de alguns caminhões de ajuda humanitária, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que pode suspender a medida caso os insumos caiam nas mãos do Hamas.