"Estamos satisfeitos por mais de 800 mil palestinos terem deixado o norte da Faixa de Gaza", disse o porta-voz militar israelense, Jonathan Conricus, nas redes sociais.
As Forças de Defesa israelenses têm instado a população palestina a desocupar o norte da Faixa de Gaza, apelos rejeitados pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, "porque representariam uma segunda Nakba para o povo palestino".
A Nakba, ou "catástrofe" em árabe, refere-se aos 760 mil palestinos que perderam as suas casas ou foram deslocados durante a guerra de 1948, que coincidiu com a criação do Estado de Israel.
O conflito israelo-palestino eclodiu novamente no dia 7 de outubro, depois de o braço militar do movimento palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ter lançado a operação surpresa Dilúvio de Al-Aqsa, capturando mais de 100 prisioneiros israelenses, entre soldados e oficiais de altas patentes.
A liderança militar israelense declarou sobre a expansão das hostilidades na Faixa de Gaza ainda em 28 de outubro. Ao mesmo tempo, foi enfatizado que uma ofensiva terrestre em larga escala não estava envolvida.
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que Israel passou para a terceira fase da sua guerra contra o movimento palestino Hamas.
O governo israelense impôs um bloqueio total ao enclave palestino de cerca de dois milhões de habitantes, cortando o fornecimento de eletricidade e a entrada de alimentos, água e combustível, embora desde 16 de outubro tenha permitido o fornecimento de água ao sul de Gaza. O enclave sofria um bloqueio parcial desde 2007, desde que o Hamas venceu as eleições naquele território.
Muitos países apelaram a Israel e ao Hamas para que cessassem as hostilidades e negociassem um cessar-fogo.
O conflito israelo-palestino sobre disputas territoriais tem sido uma fonte constante de tensão e confrontos na região há décadas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) determinou em 1947 a criação de dois Estados, Israel e Palestina, mas apenas o israelense foi criado. Israel, embora declare que aceita o princípio dos dois Estados, não libertou definitivamente os territórios palestinos.
Os reféns do Hamas em Gaza
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), contra-almirante Daniel Hagari, disse nesta terça-feira que até agora foi notificado que 240 pessoas estão sendo detidas na Faixa de Gaza, aumentando o número de reféns confirmados.
"Informamos as famílias de 240 reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza", informou o porta-voz, acrescentando que o número não é definitivo, enquanto o Exército investiga novas informações.
O número não inclui os quatro reféns libertados, mãe e filha Judith e Natalie Raanan, e a sra. Yocheved Lifshitz e Nurit Cooper. Também não inclui o soldado Ori Megidish, resgatado pelas FDI na noite de domingo (29).