O oficial do Exército israelense, o coronel Richard Hecht, admitiu ao vivo na emissora de TV CNN que o ataque ao campo de refugiados de Jabalia foi intencional.
O militar israelense confirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) sabiam que havia civis no local e, ainda assim, bombardearam o campo de refugiados tentando matar um comandante do Hamas.
"Estamos fazendo tudo o que podemos para minimizar [o que está acontecendo]. Infelizmente, eles estão escondidos entre a população civil. Esta é a tragédia da guerra; quero dizer, como você sabe, há dias que lhes dizemos para se mudarem para o sul", declarou ele.
A rede de televisão Al Jazeera informou que os bombardeios mataram pelo menos 50 pessoas e deixaram centenas de feridos, além de destruir prédios de apartamentos e deixar crateras, enquanto tropas terrestres lutavam contra militantes do Hamas, no norte de Gaza, e atacavam quartéis subterrâneos. A emissora acrescentou que os números de mortos pode subir.
Várias centenas de milhares de palestinos permanecem no norte de Gaza, onde estão presentes tropas e tanques israelenses. Nos últimos dias, os ataques israelitas atingiram as proximidades de centros de saúde no norte do enclave, o que alarmou os médicos.
Mais cedo, o diretor do gabinete de Nova York do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu demissão do cargo ao afirmar que a Organização das Nações Unidas (ONU) fracassou perante a comunidade internacional ao não conseguir impedir o que chamou de genocídio perpetrado por Israel contra palestinos na Faixa de Gaza.
Gaza está sem eletricidade há semanas, e Israel impediu a entrada do combustível necessário para alimentar geradores de emergência em hospitais e residências.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês) divulgou que dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, mais da metade fugiu de suas casas e centenas de milhares estão refugiados na escolas geridas pela agência, que estão superlotadas.
No último fim de semana, milhares de pessoas entraram nos armazéns da agência para obter alimentos face à escassez de abastecimento resultante do cerco israelita ao enclave.