Durante uma reunião do Conselho de Segurança nesta segunda-feira (30), o diplomata russo questionou:
"Explique por que vocês [EUA] são contra o cessar-fogo. Isso significa que os Estados Unidos, um membro permanente do Conselho de Segurança, apoiam uma doutrina de total retaliação em Gaza? Onde está a sua compaixão pelos civis, a qual é expressa de forma tão eloquente em todas as reuniões do Conselho sobre a Ucrânia? E isso considerando que as vidas dos civis na Ucrânia não estão nem de perto expostas às mesmas ameaças que as dos palestinos em Gaza".
Ele ainda acrescentou:
"Ou vocês [EUA] pensam somente naqueles que se encontram no continente europeu, as vidas palestinas não preocupam ninguém em Washington?"
Nebenzya se dirigiu às delegações do Ocidente ali presentes com os mesmos questionamentos. Elas se "abstiveram vergonhosamente" na votação de todos os projetos de resolução que defendiam um cessar-fogo.
Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU, comentou:
"A Rússia não perdeu nenhum momento para tentar culpar os Estados Unidos, direta ou indiretamente, por essa crise. [...] Não é verdade que tenhamos qualquer responsabilidade pelo que está acontecendo. Nenhum país está trabalhando de forma mais árdua para resolver esta situação dos que os Estados Unidos".
Em suas declarações Wood ainda acusou a Rússia de não se preocupar em resolver questões de crise humanitária.
Nebenzya, por sua vez, considerou o comentário de Wood uma confissão.
"Não ouvimos resposta às perguntas que fizemos. Gostaria de fazer uma pergunta retórica. Quantas vezes os Estados Unidos, durante a última crise, e mesmo nas anteriores, convocaram uma reunião sobre a situação humanitária em Gaza?", concluiu.