De acordo com a Reuters, o recente encerramento de quase 25% das missões diplomáticas de Pyongyang foi um sinal de que o país está respondendo às sanções internacionais, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, na terça-feira (31).
Na segunda-feira (30), o meio de comunicação estatal norte-coreano KCNA disse que os embaixadores do país fizeram visitas de "despedida" aos líderes angolanos e ugandenses — com quem tinha relações desde a década de 1970 — na semana passada, e os meios de comunicação locais de ambos os países africanos relataram o encerramento das embaixadas do Norte naqueles países.
De acordo com o fundador do site NK Pro, Chad O'Carroll, o encerramento das embaixadas prepara o terreno para o que poderá ser "uma das maiores mudanças na política externa do país em décadas".
Mais de uma dúzia de missões podem ser encerradas, provavelmente devido a sanções internacionais, a uma tendência de desligamento global de Pyongyang e ao provável enfraquecimento da economia norte-coreana, afirma um artigo da NK Pro publicado nesta quarta-feira (1º).
A Coreia do Norte tem relações formais com 159 países, mas tinha 53 missões diplomáticas no exterior, incluindo três consulados e três escritórios de representação, até se retirar de Angola e de Uganda, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.
Na Espanha, uma correspondência divulgada no site do Partido Comunista espanhol mostrou que a embaixada norte-coreana anunciou seu fechamento no país em uma carta datada de 26 de outubro e deve tratar seus assuntos na Itália.
A embaixada da Coreia do Norte em Madri esteve sob os holofotes depois de membros de um grupo que procurava derrubar o líder norte-coreano Kim Jong-un terem invadido a sede em 2019. Pyongyang denunciou o incidente como uma "grave violação da soberania e um ataque terrorista" e acusou os EUA de não investigarem minuciosamente o grupo e de se recusarem a extraditar o seu líder.