A Trump Organization é acusada de inflar os seus ativos em bilhões de dólares para obter empréstimos bancários e seguros mais favoráveis. Entre os exemplos no processo judicial, está um apartamento avaliado em US$ 327 milhões (mais de R$ 1,6 bilhões), cujo valor é "significativamente maior" do que qualquer outro imóvel já vendido na cidade.
O irmão mais novo, Eric Trump, de 39 anos, também deve depor nesta semana e há audiência marcada para a próxima segunda-feira (6) com o ex-presidente. Caso Trump testemunhe, será a primeira vez de um depoimento público em qualquer um dos diversos casos civis e criminais que o republicano enfrenta. Ivanka Trump, que chegou a assumir um cargo de conselheira do pai na Casa Branca, também foi intimada a depor.
Questionado pelo escritório do procurador-geral de Nova York, Don Jr disse que assumiu a empresa da família em janeiro de 2017, quando o pai foi eleito presidente. Questionado sobre os números contábeis da empresa, ele disse que não tinha conhecimento detalhado do assunto. O filho mais velho deve voltar ao tribunal na quinta (2).
Multa de até US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão)
Apesar de não correrem risco de serem presos, Trump e a família podem ser multados em até US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão), além de serem removidos da administração da empresa. Antes do depoimento do filho, o ex-presidente criticou o juiz Arthur Engoron, responsável pelo caso, e disse que o magistrado faz "o trabalho sujo para o Partido Democrata".
"Engoron é louco, totalmente desequilibrado e perigoso", disse uma série de postagens na sua plataforma Truth Social. O juiz já decidiu que Trump, seus filhos e executivos da empresa cometeram fraude.
Além disso, o ex-presidente chamou o caso de uma tentativa de "caça às bruxas" e disse que não há nenhuma fraude corporativa.
"Os bancos e companhias de seguros foram pagos na íntegra, sem inadimplência, todos ganharam dinheiro e não há vítima (exceto eu!)", disse Trump no Truth Social. "Meus demonstrativos financeiros são ÓTIMOS! Não houve fraude", acrescentou.
O republicano também é julgado em Washington por conspirar contra os resultados eleitorais de 2020, quando perdeu para o democrata Joe Biden.
Na Flórida, Trump ainda responde por acusações de má administração de documentos governamentais ultrassecretos. Por fim, o ex-presidente é julgado por tentar reverter dados das eleições na Geórgia.