Panorama internacional

EUA têm 'sangue nas mãos' por causa do bombardeio de Gaza por Israel, diz ativista pela paz

A Casa Branca e o Congresso prometeram apoio total à mais recente campanha militar de Israel na Faixa de Gaza. A fundadora do CODEPINK, Medea Benjamin, alertou que isso não tornaria os norte-americanos ou os israelenses mais seguros.
Sputnik
Ativistas antiguerra interromperam o depoimento do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Comitê de Dotações do Senado na terça-feira (31) sobre o pedido do presidente Joe Biden ao Congresso de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 69,3 bilhões) em ajuda militar a Israel — e outros US$ 60 bilhões (aproximadamente R$ 297,2 bilhões) para a Ucrânia.
Os manifestantes ergueram as mãos pintadas de vermelho para simbolizar o sangue dos civis palestinos mortos durante semanas de bombardeios israelenses.
A fundadora da organização internacional de mulheres pela paz CODEPINK, Medea Benjamin, que foi removida à força da reunião depois de se levantar para exigir um cessar-fogo em Gaza, disse à Sputnik que foi presa e acusada de "incomodar" a audiência — mas foi libertada algumas horas depois.
"Incomodar um genocídio é como eu chamo isso", disse Benjamim. "Nós nos levantamos um por um e então um grupo inteiro de pessoas se levantou, e a maioria de nós tinha tinta vermelha nas mãos para mostrar o sangue em suas mãos. E dissemos para parar de dar nosso dinheiro a Israel."
A ativista veterana destacou que nenhum dos cem senadores dos EUA apelou ainda a um cessar-fogo.
"Acho isso atroz, dado o que a ONU está pedindo, dada a votação na ONU que foi tão esmagadoramente a favor de um cessar-fogo, dado ao fato de que a maioria dos norte-americanos nas últimas sondagens quer um cessar-fogo", disse Benjamin. "E, claro, dado que todos os civis são mortos todos os dias."
Panorama internacional
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Na audiência, Blinken, o secretário de Defesa Lloyd Austin e os senadores enquadraram a questão de armar Israel contra a já sitiada Faixa de Gaza e a Ucrânia em seu conflito por procuração contra a Rússia em termos de "segurança nacional", alegando que tanto a Rússia como o Hamas eram ameaças aos EUA — ao mesmo tempo que afirma cinicamente que criaria empregos no país.
"As pessoas têm de compreender que isto é diretamente o oposto da segurança nacional, que não só os israelenses serão odiados em todo o mundo — e eu odiaria viajar com um passaporte israelense hoje em dia — mas os norte-americanos também o serão, porque somos vistos globalmente como facilitadores de Israel", enfatizou Benjamin.
"As pessoas reconhecem que o sangue também está nas nossas mãos. Qualquer pessoa que tente fingir que é do nosso interesse de segurança apoiar o genocídio ou uma guerra por procuração com a Rússia precisa de ter a cabeça examinada."
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