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Israel diz que líderes da América Latina estão 'mal informados' sobre Gaza e critica Brasil na ONU

Diplomacia israelense afirma que números divulgados de mortos no conflito são divulgados pelo Hamas, e sendo assim, "os presidentes latino-americanos estão sendo mal informados". Ao mesmo tempo alega que a atuação do Brasil nas Nações Unidas "não foi construtiva".
Sputnik
Na quarta-feira (1º), o Consulado-Geral de Israel em São Paulo convocou a imprensa para exibir imagens do ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro. O vídeo apresentado aos jornalistas é composto por imagens captadas de câmeras corporais usadas por militantes do grupo, de registros publicados em redes sociais das vítimas e dos extremistas, além de filmagens das próprias forças de segurança de Israel, relata o jornal O Globo.
As cenas retratadas vão desde a invasão por terra, com terroristas em cima de caminhonetes atirando contra motoristas israelenses em estradas, até ataques contra famílias em vários kibutz, escreve a mídia.
O governo israelense também apresentou o vídeo em Tel Aviv, Pequim, Nova Deli e Paris, e pelo menos uma delas na Assembleia Geral da ONU em Nova York na semana passada. No entanto, no Brasil, o cônsul Rafael Erdreich mostrou impaciência quando questionado sobre o posicionamento de alguns presidentes da América do Sul a respeito do conflito.
Panorama internacional
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Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o conflito de "genocídio" ao criticar a morte de crianças em Gaza, Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, convocaram seus embaixadores em Israel para consultas. Já a Bolívia rompeu relações com o Estado judeu.
"Quais são as fontes de informação dos presidentes da América Latina? Por que estão publicando 8.000 mortos de civis em Gaza? Israel está atacando o Hamas [...] eu acho que os presidentes estão sendo mal informados do que está acontecendo", afirmou Erdreich citado pela mídia.
Segundo o diplomata, o Hamas "tem controle das versões disseminadas mundo afora" e que o número de vítimas durante os bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza são distorcidos.
"O Hamas controla o Ministério da Saúde em Gaza. Dois minutos depois de um evento [a explosão no Hospital al-Ahli] que teve [supostamente] 500 mortos, eles divulgaram informações. Nós estamos verificando os números antes de publicar", afirmou Erdreich.
Questionado pelo jornal sobre como o governo de israelense viu a atuação do Brasil na presidência frente do Conselho de Segurança da ONU no mês de outubro, quando o país ocupou a presidência rotativa do órgão, e o posicionamento de Lula em relação ao conflito, o cônsul fez mais críticas.

"O Brasil apresentou várias ideias que não foram aceitas. Mas estamos vendo o que está dizendo o governo daqui. Acho que eles são mal informados. Tem que repensar e saber qual é a fonte de informação deles. [A atuação do Brasil no conselho] não foi construtiva o suficiente", declarou.

Na liderança do órgão, diplomatas brasileiros tentaram passar uma resolução que pedia o cessar-fogo do conflito, no entanto, o texto foi vetado pelos Estados Unidos.
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