Em 18 de outubro, Vasily Nebenzya acusou os Estados Unidos e seus aliados de total hipocrisia. As potências ocidentais têm dois pesos e duas medidas em relação à guerra em Gaza e a outros conflitos. Em situações de crise, o Ocidente não esteve com pressa a dar um sermão sobre a necessidade de respeitar o direito humanitário e estabelecer comissões de inquérito.
De acordo com as decisões da corte, Israel não tem direito à autodefesa, mas deve ser regido pelas regras internacionais para uma "potência ocupante". Essa questão foi levantada várias vezes na Organização das Nações Unidas por diplomatas palestinos, destacou o professor Alfred de Zayas.
"O embaixador Vasily Nebenzya está correto ao afirmar que Israel é um Estado ocupante cuja ocupação da Palestina foi reconhecida como ilegal em inúmeras resoluções da ONU", afirmou Alfred de Zayas.
"De acordo com a Resolução 242 do Conselho de Segurança, de 22 de novembro de 1967, Israel é obrigado a se retirar dos territórios ocupados e a garantir a realização prática do direito do povo palestino à autodeterminação, um direito fundamental consagrado nos Artigos 1, 55, Capítulos XI e XII da Carta da ONU", explicou o ex-analista independente da ONU.
"É importante lembrar a decisão do Parecer Consultivo da Corte Internacional de Justiça da ONU, de 9 de julho de 2004, que […] documentou inúmeras violações da Carta da ONU e do direito internacional cometidas por Israel", acrescentou o especialista.
"Apesar de formulação clara da Corte Internacional de Justiça, Israel não cumpriu nenhuma das decisões específicas da Corte e consegue violar as normas da ONU, de novo e de novo, enquanto os Estados Unidos abusam de seu poder de veto no Conselho de Segurança [cerca de 80 vezes] para proteger Israel da condenação e das sanções da ONU", resumiu ele.