Panorama internacional

Reconhecimento de 'impasse' da contraofensiva por Kiev leva a ceticismo no Congresso dos EUA

Valery Zaluzhny vê os atuais recursos da Ucrânia como insuficientes e pede um avanço tecnológico para poder avançar na contraofensiva contra a Rússia.
Sputnik
O comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, admitiu que a Rússia está em uma posição melhor no conflito armado, devido à sua população maior e a uma economia mais robusta, com mais recursos, ao mesmo tempo que reconheceu a falta de progresso na contraofensiva.

"Precisamos buscar essa solução […], dominá-la rapidamente e usá-la para uma vitória rápida, porque mais cedo ou mais tarde descobriremos que simplesmente não temos pessoas suficientes para lutar", disse ele em uma entrevista publicada na quarta-feira (1º) na revista britânica The Economist.

"Como na Primeira Guerra Mundial, chegamos a um nível de tecnologia que nos coloca em um impasse", avaliou sobre o conflito em andamento.
Nesse sentido, Zaluzhny opinou que o conhecimento do campo de batalha que ambos os lados têm, graças ao uso de drones, torna impossível uma concentração-surpresa de forças, e acrescentou que seu país não fará nenhum progresso, a menos que surja uma nova tecnologia.
Em relação à contraofensiva ucraniana, observou que "muito provavelmente não haverá um avanço profundo e bonito", apesar das esperanças dos apoiadores de Kiev e das autoridades ucranianas, e que o conflito pode "se arrastar por anos" e "desgastar" a Ucrânia.
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"Se você analisar os manuais da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e os cálculos que fizemos [ao planejar a contraofensiva], quatro meses deveriam ter sido tempo suficiente para chegar à Crimeia, lutar na Crimeia, voltar da Crimeia e entrar e sair novamente", observou o oficial.
As declarações de Zaluzhny provocaram uma discussão no Congresso dos Estados Unidos com o senador Josh Hawley, resumindo suas exigências no sentido de que "precisamos continuar a financiar a Ucrânia em todos os aspectos, não apenas militarmente; precisamos fornecer dinheiro para suas aposentadorias e todo o resto para que o impasse continue".

"Isso naturalmente levanta a questão: qual é exatamente a nossa estratégia de fim de jogo?", disse ele, citado na quinta-feira (2) pelo jornal norte-americano Politico.

"Qual é o plano aqui? Não acho que eles tenham um plano."
Segundo Ben Cardin, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, "havia esperança de que eles obtivessem mais ganhos", e acrescentou que Kiev só deve esperar segurar o que tem com o apoio dos Estados Unidos.
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