Em visita surpresa a Kiev neste sábado (4), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a Ucrânia fez "excelentes progressos" em direção à adesão à União Europeia. Ao lado do presidente Vladimir Zelensky, a líder afirmou que a Ucrânia alcançou muitos marcos, destacando as reformas judiciais de Kiev.
"Devo dizer que vocês fizeram um excelente progresso. Sei que estão no processo de conclusão de reformas pendentes. Se isso acontecer e, estou confiante, a Ucrânia poderá alcançar o seu ambicioso objetivo de passar à próxima fase do processo de adesão", disse ela em entrevista coletiva conjunta na capital ucraniana segundo a Reuters.
Espera-se que a avaliação da UE, prevista ainda para esse mês, indique até que ponto Kiev avançou no cumprimento de vários critérios econômicos, jurídicos e outros para abrir caminho às negociações de adesão em dezembro, de acordo com a mídia.
A candidatura ucraniana recebeu impulso na quinta-feira (2), quando a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse estar confiante de que o bloco europeu avançaria com a candidatura da Ucrânia no próximo mês, conforme noticiado.
Por sua vez, Zelensky declarou que o governo ucraniano implementou todas as medidas necessárias para garantir a sua prontidão para o ingresso na UE. Também na coletiva de imprensa, o líder ucraniano negou que o conflito tenha chegado a um "impasse" e disse que é necessário mais trabalho com os aliados para fortalecer as defesas aéreas.
"Hoje o tempo passou e as pessoas estão cansadas. Mas isto não é um impasse [...]. A Rússia controla os céus. Nós nos preocupamos com nossos militares", disse o chefe de Estado ucraniano.
O presidente reconheceu que houve dificuldades no conflito, agora no seu 21º mês, e novamente afirmou que Kiev ainda não tinha alcançado grandes sucessos na sua contraofensiva.
Seus comentários foram feitos após o comandante-em-chefe ucraniano, general Valery Zaluzhny, ter dito que o conflito estava avançando para uma nova fase de combates estáticos e desgastantes, um momento que poderia permitir a Moscou reconstruir o seu poder militar.
Ao mesmo tempo, que o conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio tirou o foco da Ucrânia. "É claro que está claro que o conflito no Oriente Médio tirou [o foco]", afirmou Zelensky segundo o jornal O Globo.
Von der Leyen concordou com presidente ucraniano: "É verdade que a atenção do mundo está mais focada agora no Oriente Médio, mas eu já tinha planejado essa viagem [a Kiev]", admitiu.
Segundo a mídia, a previsão é que o órgão europeu apresente em 8 de novembro seu relatório sobre os progressos realizados pela Ucrânia, Moldávia e Geórgia para entrarem na UE e, então, decida se inicia ou não as negociações de adesão.