Líderes árabes pediram neste sábado (4) um cessar-fogo imediato na ofensiva militar de Israel em Gaza, dizendo que a morte de milhares de civis não poderia ser justificada como legítima defesa e pressionando o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a convencer Tel Aviv, mas Blinken respondeu que tal suspensão agora só permitiria que militantes do Hamas se reagrupassem e atacassem novamente.
"Um cessar-fogo agora simplesmente deixaria o Hamas no lugar, capaz de se reagrupar e repetir o que fez em 7 de outubro. Nenhuma nação, nenhum de nós aceitaria isso [...] Portanto, é importante reafirmar o direito de Israel e a sua obrigação de se defender", afirmou a autoridade norte-americana segundo a Reuters.
O chanceler egípcio, Sameh Shoukry, disse que "a responsabilidade da comunidade internacional é sempre procurar a cessação das hostilidades e não promover a continuação da violência". E Ayman Safadi, seu homólogo da Jordânia, afirmou que é "preciso definir prioridades" e que "neste momento, temos que garantir que esta guerra acabe".
"Como podemos imaginar o que acontecerá em Gaza quando não sabemos que tipo de Gaza restará depois desta guerra?", indagou Safadi.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, também enfatizou a necessidade urgente de um cessar-fogo em Gaza durante uma reunião com Blinken hoje (4), disse o gabinete do premiê. Mikati insistiu junto ao secretário de Estado dos EUA que a "agressão israelense" no sul do Líbano deve parar.
Na sexta-feira (3), após reunião com Blinken em Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Tel Aviv recusou um cessar-fogo temporário que não incluía a libertação de reféns e afirmou que o país continuará bombardeando Gaza "com todo o seu poder", conforme noticiado.
Também hoje (4), o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, encontrou-se com o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, durante uma visita a Teerã, disse uma autoridade do grupo palestino em comentários transmitidos pela televisão al-Mayadeen, relata a Reuters. Haniyeh reside entre o Catar e a Turquia desde 2019.