Autor de cinco livros sobre a política externa dos Estados Unidos, o principal fiador do conflito na Ucrânia, Kuzmarov acrescentou à Sputnik News que Zelensky não é popular no país e perderia as eleições, caso fossem abertas e justas.
Nos últimos meses, escândalos de corrupção no regime de Zelensky fizeram autoridades de alto escalão renunciarem: quatro vice-ministros, cinco governadores regionais e assessores.
Além de denúncias de suborno e compra de alimentos superfaturados em meio ao conflito, funcionários de Kiev adotam um estilo de vida luxuoso que não condiz com seus vencimentos. Em 2021, o país ficou na 122ª posição, entre 180 nações, do ranking Transparência Internacional, que mede a escala de corrupção nos países.
O especialista norte-americano enfatizou ainda que, ao contrário de estar na linha de frente com o seu povo, Zelensky passa a maior parte do tempo em busca de ajuda militar estrangeira, cada vez mais escassa.
"A política econômica de Zelensky leva à desindustrialização da Ucrânia e à absorção da economia por corporações transnacionais ocidentais", acrescentou.
Partidos de oposição proibidos
Antes de cancelar as eleições, Zelensky proibiu partidos de oposição na Ucrânia, além de ter "matado ou colocado na prisão" políticos contrários a Kiev, observou Kuzmarov. Outra medida extrema do governo ucraniano foi silenciar a imprensa local.
"Se Zelensky não permitir a realização das eleições, ele será derrubado em um golpe de Estado ou morto", declarou.
Além disso, ele observou que Zelensky está lutando contra seus oponentes políticos de todas as maneiras: proibiu partidos de oposição, "matou ou colocou na prisão representantes da oposição pró-russa" e, também, silenciou a imprensa.
O jornal ucraniano Strana.ua chegou a publicar uma reportagem sobre a circulação do comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, entre o meio político, o que tem feito o seu nome uma alternativa a Zelensky no governo.
Em meio ao conflito e às tensões em seu território, Zelensky destacou, ao cancelar as eleições, que a alocação de recursos do orçamento deve priorizar a ajuda à defesa em detrimento de obras de infraestrutura, afirmando ser essa a abordagem correta para fortalecer a Ucrânia.
O presidente ucraniano também observou a importância de se abster de celebrações grandiosas e "de temas políticos divisivos durante o período de guerra", reconhecendo o sofrimento e as perdas enfrentadas pelas Forças de Defesa ucranianas.
Ele pediu que todas as autoridades e estruturas pertinentes do governo trabalhem juntas para enfrentar os desafios atuais, incluindo autoridades civis, militares, legisladores e agências de aplicação da lei.
Caminho para golpe de Estado
O ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA), Larry Johnson, disse também nesta terça (7) que as ações de Zelensky podem desencadear um golpe militar ao ter retirado generais e militares de alto escalão dos comandos militares.
A declaração aconteceu em entrevista ao canal Judging Freedom, no YouTube.
"Em algum momento, as Forças Armadas podem dizer: 'Espere um pouco, não permitiremos que esse palhaço nos leve à morte'", disse.
Anteriormente, o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny, disse ao The Economist que as Forças Armadas ucranianas estão em um beco sem saída: "Muito provavelmente não haverá um avanço profundo e bonito", afirmou.