De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês), as condições nos abrigos de Gaza "são desumanas e continuam a se deteriorar diariamente".
Em responsabilidade de gerir o Centro de Formação Khan Younis, na parte sul de Gaza, a organização afirmou que, no momento, o local abriga mais de 22 mil pessoas deslocadas.
No local, de acordo com o comunicado, o espaço por pessoa é inferior a dois metros quadrados, e pelo menos 600 pessoas compartilham um banheiro viável para uso. O agravamento das condições sanitárias representa riscos imensos para a saúde e a segurança das pessoas que se abrigam dos ataques contínuos de Israel, segundo as autoridades da ONU.
Agora, a agência emitiu um alerta público, afirmando que é iminente o colapso dos serviços de água e saneamento. A preocupação é que, com isso, seja possível desencadear surtos de cólera e outras doenças infecciosas mortais.
A maior parte das 65 estações de tratamento de esgoto de Gaza e todas as cinco instalações de tratamento de águas residuais foram forçadas a interromper suas operações.
Como informado pela Al Jazeera, Israel cortou o abastecimento de água para Gaza, bem como o fornecimento de combustível e eletricidade que abastecem as estações de água e esgoto, depois de anunciar um bloqueio total a Gaza após os ataques do Hamas.
De acordo com a Oxfam, organização de combate à miséria, o esgoto não tratado está sendo despejado no mar, enquanto os resíduos sólidos são descartados em ruas ao lado de corpos à espera de serem enterrados.
As usinas de dessalinização, por sua vez, pararam de funcionar, e os municípios não conseguem bombear água para áreas residenciais devido a falta de energia. Algumas pessoas em Gaza dependem da água salgada proveniente do único aquífero do enclave, que está contaminado com esgotos e água do mar, ou recorreram à água do mar potável. Outros estão sendo forçados a beber água em poços agrícolas, que já são escassos.