Benjamin Netanyahu disse que vê seu país tendo o controle de segurança sobre o enclave por um período indefinido, sugerindo que manterá esse papel mesmo após o fim dos combates no território sitiado pelas tropas israelenses.
"Israel, por um período indefinido, terá a responsabilidade geral pela segurança porque vimos o que acontece quando não a temos. Quando não temos essa responsabilidade pela segurança, o que temos é a erupção do terror do Hamas em uma escala que não poderíamos imaginar", afirmou Netanyahu, segundo o The Times of Israel.
Questionado sobre a declaração do primeiro-ministro, o seu conselheiro de política externa, Ophir Falk, disse que está de acordo com os planos de Israel para depois do fim da guerra.
"Há uma série de opções sendo discutidas para o dia seguinte ao Hamas", escreveu ele em mensagem de texto. "Os denominadores comuns de todos os planos são que 1) não exista Hamas, 2) Gaza desmilitarizada, 3) Gaza desradicalizada", afirmou Falk segundo a Bloomberg.
A administração norte-americana de Joe Biden manifestou oposição a uma reocupação israelense do enclave, ao mesmo tempo que alerta Jerusalém que é mais provável que fique atolado em Gaza se não começar a elaborar um plano para definir quem governará o enclave quando o Hamas for removido do poder, escreve o jornal israelense.
Tel Aviv está travando uma ofensiva, agora em seu segundo mês, que diz ter como objetivo destruir o Hamas depois de o grupo militante palestiniano ter invadido o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.400 pessoas e raptando mais de 240.
A natureza do controle de segurança – na verdade, a natureza da Faixa de Gaza – após esta guerra tão punitiva está longe de ser clara.
Israel está em estado de choque e de luto desde o ataque há um mês, sentindo uma sensação de vulnerabilidade que não sentia há décadas. Do outro lado, o número de mortos é de 10.022 palestinos, incluindo 4.104 crianças. O número de feridos é de 25.408, sendo que 2.000 pessoas ainda estão sob escombros de bombardeamento.
Outros 1,5 milhão de palestinos (ou mais de 60% da população de 2,1 milhões) tiveram de deixar suas casas. E ao menos 260 mil habitações foram parcial ou completamente destruídas, de acordo com a Folha de São Paulo.