A Rússia concluiu hoje (7) o processo de saída do Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), anunciou a chancelaria do país.
O Ministério das Relações Exteriores russo pontuou que a "responsabilidade direta dos países da OTAN", a qual "incitou o conflito na Ucrânia, bem como a admissão da Finlândia na aliança e a consideração de um pedido semelhante da Suécia", levou Moscou a tomar a decisão.
"Até mesmo a preservação formal do FACE tornou-se inaceitável do ponto de vista dos interesses fundamentais de segurança da Rússia", disse o ministério.
O Reino Unido e seus aliados da OTAN condenaram a decisão acrescentando que, como consequência, estavam suspendendo a operação do tratado enquanto for necessário.
"Em resposta à medida da Rússia, o Reino Unido, juntamente com os seus aliados, decidiu suspender a sua participação no Tratado FACE e trabalhar com nações com ideias semelhantes para desenvolver e implementar medidas de estabilização voluntárias", afirmou a chancelaria britânica.
A OTAN apoiou a medida britânica afirmando que "embora reconheça o papel do FACE como pedra angular da arquitetura de segurança euro-atlântica" uma situação em que os "Estados cumpram o tratado enquanto a Rússia não o faz seria insustentável".
"Portanto, como consequência, os Estados aliados pretendem suspender a aplicação do Tratado FACE durante o tempo que for necessário, de acordo com os seus direitos ao abrigo do direito internacional. Esta é uma decisão totalmente apoiada por todos os aliados da OTAN", disse o comunicado citado pela Reuters.
Em junho deste ano, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que a discussão sobre o controle de armas convencionais só seria possível depois que o Ocidente abandonasse sua política antirrussa, mas que tal cenário era, naquela época, "atualmente irrealista", como acontece até agora.
No entanto, o enviado russo às organizações internacionais sediadas em Viena, Mikhail Ulianov, declarou no mês passado que Moscou não descarta futuros tratados de armas com países ocidentais.
"Estou convencido de que o sistema de pactos e tratados internacionais será reconstruído mais cedo ou mais tarde, possivelmente como uma redução do Tratato Novo START ou do FACE. Tanto nós como o Ocidente precisamos de certeza", disse Ulianov.
O Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa foi negociado e concluído durante os últimos anos da Guerra Fria, em 19 de novembro de 1990, e estabeleceu limites abrangentes para categorias-chave de equipamento militar convencional na Europa e determinou a destruição de excesso de armamento. O tratado propôs limites iguais para os dois "grupos de Estados-partes": OTAN e Pacto de Varsóvia.