O Ministério das Relações Exteriores da China pediu nesta quarta-feira (8) à Estônia que não permita que Taiwan abra quaisquer organizações oficiais no país, depois que o embaixador chinês teria ameaçado deixar Tallinn se Taipé abrisse um escritório de representação no país.
"A China insta o lado estoniano a respeitar o seu compromisso solene com o princípio de Uma Só China, a abster-se de permitir que Taiwan estabeleça quaisquer organizações oficiais e a assegurar eficazmente a sua base política das relações bilaterais", disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbin, em uma conferência de imprensa, de acordo com a Reuters.
Na terça-feira (8), o embaixador da China na Estônia, Guo Xiaomei, disse em uma reunião com o presidente do grupo parlamentar Estônia-China, Toomas Kivimagi, que ela poderá ir embora se Taiwan abrir tal escritório.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores estoniano, Margus Tsahkna, disse que "tal como muitos outros países da União Europeia, a Estônia está disposta a aceitar o estabelecimento de uma representação econômica ou cultural não diplomática de Taipé, a fim de promover tais relações", segundo o Politico.
"Ao mesmo tempo, consideramos importante impulsionar as relações com Taiwan nos domínios da economia, educação, cultura, relações entre organizações da sociedade civil e outras áreas semelhantes. Também apoiamos a participação de Taiwan nos assuntos internacionais em áreas de interesse global, como a luta contra pandemias e a participação de Taiwan na Organização Mundial da Saúde. Revigorar as relações com Taiwan não contradiz a política de Uma Só China", afirmou.
Já o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan também afirmou na semana passada que ainda estava em fase de discussão sobre a criação de um escritório de representação em Tallinn, e que os dois lados ainda não haviam chegado a um consenso sobre o assunto.
Quando Taiwan criou um escritório na Lituânia, país báltico, Pequim puniu Vilnius com um embargo comercial efetivo, levando a UE a acelerar a finalização do instrumento anticoerção, uma ferramenta comercial para combater os países que intimidam os membros do bloco europeu.
A China reivindica Taiwan como seu próprio território dentro da política de Uma Só China.