De acordo com a Bloomberg, os países da União Europeia (UE) estão considerando um plano de apoio para impulsionar a tão necessária ajuda à Ucrânia, caso a Hungria vete a atual proposta de financiamento de € 50 bilhões (cerca de R$ 262,3 bilhões).
A proposta envolveria garantias nacionais dos Estados-membros para angariar financiamento nos mercados caso Budapeste bloqueasse a revisão do orçamento de longo prazo da UE, que exige unanimidade para aprovação.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, se recusa a fornecer armas a Kiev e disse repetidamente que a contraofensiva da Ucrânia está condenada ao fracasso, irritando outras lideranças do bloco.
Orbán tem sido crítico ao financiamento da Ucrânia quando seu país ainda não recebeu a liberação de pelo menos alguns dos mais de € 28 bilhões (cerca de R$ 146,8 bilhões) em fundos da UE que o bloco congelou no ano passado devido a preocupações com um alegado retrocesso democrático no país.
Falando aos legisladores do Parlamento Europeu na terça-feira (7), o comissário do Orçamento da UE, Johannes Hahn, disse que o bloco não pode ser chantageado por nenhum membro resistente.
"É claro que você pode tornar as coisas mais complicadas, mais complicadas se precisar de unanimidade, mas vimos no passado, sendo muito claro, que você não pode nos impedir de fazer as coisas", disse ele. "É claro que pode ser mais complicado pensar na Ucrânia. É claro que podemos encontrar uma solução que inclua apenas 26 Estados-membros."
Alguns países são favoráveis a encontrar uma solução alternativa para o financiamento da Ucrânia, a fim de aumentar a pressão sobre Orbán, mas a Espanha, que detém a presidência rotativa da UE, e a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, são a favor de um acordo dentro do orçamento de longo prazo, segundo fontes da apuração.
Os temores sobre um possível veto húngaro e a discussão sobre como contorná-lo surgiram no momento em que Budapeste apelou a uma discussão abrangente sobre a eficácia e a sustentabilidade da estratégia existente da UE para a Ucrânia, que argumenta não estar trazendo resultados.
A Hungria acusou o bloco europeu de tentar chantageá-la, ao supostamente vincular a liberação de fundos à adesão de Budapeste ao financiamento à Ucrânia — algo que as autoridades da UE negaram.