Um dos temas que mais interesse suscita na véspera da reunião em São Francisco é a participação do presidente chinês Xi Jinping e o encontro bilateral com seu homólogo norte-americano, Joe Biden.
Vale recordar que os laços entre Washington e Pequim têm se deteriorado desde a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump.
Além disso, Washington reforçou a sua estratégia militar na zona do Indo-Pacífico e segue travando uma guerra tecnológica contra a China, proibindo as suas empresas e as de seus aliados de vender microchips ao gigante asiático.
O chefe do Departamento de Estudos do Pacífico do Centro Universitário de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Guadalajara, professor Dagoberto Amparo Tello, em conversa com a Sputnik disse que é necessário que haja uma aproximação entre os dois líderes, porque as tensões criaram incerteza na região da Ásia-Pacífico.
Nesse sentido, ele observou que há expectativas de que as divergências sejam atenuadas e que se promova um maior entendimento sobre questões que possam limitar o crescimento econômico e a cooperação bilateral.
Não se esperam resultados substanciais
Por sua vez, o especialista em Ciências Políticas e Administração Pública da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) Sebastián Diego Delgado Dávila assegurou que os membros do APEC constituem o motor da economia mundial desde os últimos anos.
As 21 economias que compõem o APEC representam quase 40% da população mundial e cerca de 50% do comércio mundial, de acordo com o órgão multilateral.
Delgado Dávila considerou que a reunião bilateral entre o presidente chinês Xi Jinping e seu homólogo norte-americano Joe Biden é uma tentativa interessante de "virar a página". No entanto, ele referiu que não considera possível uma declaração conjunta ou um resultado substancial.
"Creio que eles vão tentar cobrir uma vasta gama de questões, ou seja, os conflitos no Oriente Médio, o conflito na Ucrânia, um pouco da Coreia do Norte, Taiwan e do oceano Índico [...]", acrescentou o acadêmico.
Por fim, o especialista referiu que, se os EUA não derem uma reviravolta drástica à sua política externa em relação à China, país que eles consideram um rival e até mesmo uma ameaça, para Pequim haverá continuidade da guerra comercial iniciada por Trump.