Neste sábado (11), Estados mulçumanos se reuniram na capital da Arábia Saudita para cúpula extraordinária da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) com intuito de debater a guerra entre Israel e Hamas.
No texto final da cúpula, os países pediram um cessar-fogo imediato e instaram o governo de Benjamin Netanyahu a acabar com os bloqueios por terra, ar e água contra o enclave palestino, conforme noticiado.
No entanto, mesmo que o cessar-fogo tenha sido unânime, ações mais assertivas contra Israel não foram colocadas no documento final por resistência de alguns Estados que têm laços diplomáticos com Tel Aviv (e aqueles que estão às vias de os ter, como é o caso de Riad) ou que são aliados dos Estados Unidos na região.
O governo de Mohammad bin Salman até descreveu como "dois pesos e duas medidas" à resposta mundial ao conflito na Faixa de Gaza.
"Estamos atentos e observando a duplicidade de critérios e estamos reavaliando, com base nisso, a credibilidade dos sistemas internacionais. Se não houver um compromisso que vincule todos a estas fundações, será difícil falar destas fundações como fundações unificadoras", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, príncipe Faisal bin Farhan.
No entanto, quando propostas mais assertivas de retaliação foram colocadas na mesa, os sauditas recuaram, assim como os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão, Marrocos, Mauritânia, Djibuti, Jordânia e o Egito, de acordo com o site The Times of Israel.
A maioria dos Estados presentes procurou incluir na declaração de encerramento cinco cláusulas adicionais que foram rejeitadas pelos países citados.
Entre as cláusulas estavam: impedir a transferência de equipamento militar dos Estados Unidos para Israel a partir de bases dos EUA na região; congelar todos os contatos diplomáticos e econômicos com Israel; ameaçar usar o petróleo como meio de sanção; proibir voos de e para Israel através do espaço aéreo dos Estados árabes; e enviar uma delegação conjunta aos EUA, Europa e Rússia para pressionar por um cessar-fogo.
Mais cedo, o Irã já havia denunciado o fato de que muitos países, em uma pré-reunião antes da cúpula, não haviam aceitado essas medidas, citando também a Turquia e o Azerbaijão.