Para o líder turco, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "não indeniza os povos e territórios que massacrou, ocupou, queimou, destruiu e perseguiu".
A guerra em Gaza já deixou mais de 11 mil pessoas mortas por conta dos ataques diários, que sequer pouparam escolas, hospitais, campos de refugiados e até abrigos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Outro ponto destacado por Erdogan é sobre a necessidade de investigações internacionais para apurar se Israel possui armas nucleares.
Segundo o presidente, a existência já foi "admitida pelos ministros" do país hebreu.
As tensões cresceram ainda mais após as declarações de Netanyahu: conforme o premiê israelense, o país não vai abrir mão do controle na Faixa de Gaza sob nenhuma circunstância, mesmo diante do fim do conflito com o Hamas. O discurso aconteceu durante um grande protesto contra o líder judeu em Tel Aviv.
"Não haverá mais ameaça a Israel a partir da Faixa de Gaza. Para garantir isso, as Forças de Defesa de Israel [FDI] garantirão o controle da segurança em Gaza enquanto for necessário. Não concordarei em abrir mão do controle da segurança [na Faixa de Gaza] sob nenhuma circunstância", afirmou Netanyahu.
Enquanto Israel sequer ameniza os bombardeios em Gaza para agilizar a entrada de ajuda humanitária — pouco mais de 500 caminhões chegaram com alimentos, remédio e água, quando a necessidade é de pelo menos 300 por dia —,o presidente turco defendeu a criação de um fundo de apoio para a reconstrução da Faixa de Gaza pela OCI.
"Como mundo islâmico, não podemos deixar nossos irmãos e irmãs palestinos sem dono e desamparados", disse.
Crítica ao silêncio do Ocidente
Paralelamente, Erdogan apelou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e à Corte Penal Internacional (CPI) para investigar "crimes de guerra e contra a humanidade" cometidos por Israel, além de "tomar medidas necessárias contra os responsáveis".
"Enfrentamos uma barbárie sem precedentes na história, em que hospitais, locais de culto, escolas, campos de refugiados e ambulâncias são bombardeados, além de civis que migram para as chamadas zonas seguras são massacrados", denunciou, ao mesmo tempo o silêncio do Ocidente diante dessas atrocidades.
"É vergonhoso que os países ocidentais, que falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio perante as contínuas massacres na Palestina", insistiu o presidente turco, destacando a importância de transformar a crise atual "em um meio para uma solução permanente da questão palestina".
Para o turno, o fim das tensões na região envolve o estabelecimento de "um Estado palestino soberano e geograficamente integrado com Jerusalém Oriental como capital dentro das fronteiras de 1967".