"O presidente [Emmanuel] Macron deixou claro que não pretende e não pretendia acusar Israel de prejudicar intencionalmente civis inocentes [...]. O presidente [Emmanuel] Macron também enfatizou que apoia inequivocamente o direito e o dever de Israel à autodefesa", disse a declaração compartilhada pelo Ministério da Defesa e de Relações Exteriores de Israel.
Macron disse à BBC em entrevista na sexta-feira (10) que, embora Israel tivesse o direito de se proteger, ele apelou aos militares israelenses para "pararem com este bombardeio". Ele disse que não havia razão nem legitimidade em fazer com que "estes bebês, estas senhoras, estes idosos" fossem bombardeados e mortos.
O gabinete de Herzog disse que Macon atribuiu os seus comentários à situação humanitária na Faixa de Gaza, que considerou uma questão importante para a França e muitos outros países.
"Ele prosseguiu dizendo que era importante encontrar e ajudar na entrega de soluções humanitárias para os cidadãos em Gaza. O presidente [Emmanuel] Macron reiterou ao presidente [Isaac] Herzog o seu compromisso de exigir a libertação imediata dos reféns, e observou que estava trabalhando para ajudar nesta importante questão", disse o comunicado.
Herzog confessou que os comentários de Macron causaram "muita dor e perturbação" em Israel e agradeceu ao presidente francês por esclarecer as suas palavras. Ele disse que os militares israelenses estavam fazendo tudo ao seu alcance para evitar danos a civis não envolvidos.
No dia 7 de outubro, o grupo palestino Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel a partir de Gaza, matando e raptando pessoas em comunidades israelenses vizinhas. Israel retaliou com ataques de mísseis e um bloqueio total à Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas. No dia 27 de outubro, Israel lançou uma incursão terrestre em grande escala em Gaza com o objetivo declarado de eliminar o Hamas e resgatar os reféns. As Forças de Defesa de Israel (FDI) pediram repetidamente aos residentes do norte de Gaza que se mudassem para o sul "para sua própria segurança" e abriram rotas de evacuação várias vezes.