As sanções dos EUA contra o projeto russo de gás natural liquefeito (GNL) Arctic LNG 2 podem causar interrupções nos mercados globais de energia, informou no domingo (13) o jornal britânico Financial Times (FT) citando especialistas.
Em 2 de novembro, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu a Arctic LNG 2, uma subsidiária da Novatek, que está implementando o projeto de GNL de mesmo nome, na lista de sanções do país.
"Os Estados Unidos estão atacando diretamente a capacidade da Rússia de exportar gás natural liquefeito pela primeira vez, em uma ação que pode causar interrupções nos mercados globais de energia que Washington tem feito questão de evitar até agora", disse o FT.
Mishcon de Reya, especialista em sanções do escritório de advocacia Mishcon de Reya, disse à mídia que as sanções dos EUA poderiam na prática bloquear o projeto Arctic LNG 2 para os compradores ocidentais.
A empresa de consultoria Enerhy Aspects contou ao jornal que excluiu a produção esperada do Arctic LNG 2 de sua modelagem de oferta e demanda para o próximo ano, esperando que as sanções restringiriam o mercado.
Ann-Sophie Corbo, especialista em gás da Universidade de Colúmbia, EUA, prevê que se o projeto não começar a exportar conforme planejado em 2024, isso "manterá os mercados um pouco mais apertados por mais tempo".
Kaushal Ramesh, analista de GNL da Rystad Energy, por sua vez, não descartou que os investidores orientados para o Ocidente poderiam "pedir exceções com um cronograma de eliminação gradual".
O Arctic LNG 2 é o segundo projeto de produção de GNL de grande capacidade da Novatek, depois do Yamal LNG.
O projeto envolve a construção de três linhas de processamento com capacidade de 6,6 milhões de toneladas cada, para um total de 19,8 milhões de toneladas de GNL por ano.