Conforme o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, os militares israelenses executaram as missões com "precisão, letalidade e em coordenação entre as forças aéreas, navais e terrestres". Por conta disso, também foi possível acabar com a organização militar do Hamas em toda a região norte de Gaza, a mais povoada e onde pelo menos 1,6 milhão de palestinos foram obrigados a abandonar suas casas.
"Hamas não tem poder capaz de deter as FDI, que estão avançando para todos os pontos. O Hamas perdeu o controle de Gaza, terroristas estão fugindo para o sul, civis estão saqueando bases do Hamas. Eles não têm confiança no governo", declarou o ministro em um vídeo transmitido nas principais emissoras de TV.
Dos 24 batalhões do Hamas, pelo menos 10 foram destruídos pelas Forças Armadas israelenses, conforme informado nesta segunda-feira (13). O conflito, que dura mais de cinco semanas, já provocou a morte de mais de 11 mil palestinos só na Faixa de Gaza.
Edifício do Conselho Legislativo (Parlamento) no coração da cidade de Gaza: até 7 de outubro, era um símbolo central do controle do Hamas sobre o sistema político palestino, e a imagem atual depois de o local ser ocupado.
A incursão terrestre, que aumentou ainda mais as tensões no território, foi iniciada há duas semanas por Israel, que enviou mais de 30 mil militares divididos em cinco brigadas regionais. Os ataques não pouparam sequer hospitais que, segundo Tel Aviv, eram usados pelo movimento para coordenar ações e, também, como esconderijo.
Na última sexta (10), pelo menos 13 pessoas morreram após bombardeios contra o hospital Al-Shifa, o maior de Gaza. A unidade tem cerca de 7 mil pessoas refugiadas em suas instalações, além de 1,5 mil pacientes e uma extensa equipe médica que atua em situação de total colapso. Na mesma região, um esquadrão do Hamas foi eliminado na área do hospital Al-Quds.
Hospitais pararam atendimento no norte de Gaza
Diante do aumento do cerco israelense a unidades hospitalares desde a última semana, inclusive com tanques de guerra posicionados nas proximidades, todos os hospitais da região norte da Faixa de Gaza pararam de funcionar. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) pelo vice-ministro da Saúde da Palestina, Youssef Abou Rich.
Por conta do cerco israelense ao território que impede a entrada de itens de necessidade básica, os hospitais estão sem eletricidade devido à falta de combustível, usado para abastecer os geradores.
A guerra entre o Hamas e Israel começou no dia 7 de outubro, quando o movimento lançou milhares de mísseis a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes. Além disso, militantes realizaram uma incursão armada nas zonas fronteiriças do sul de Israel, com 1,4 mil mortes.
Em resposta, Tel Aviv mobilizou mais de 300 mil reservistas, além de iniciar ataques aéreos contra o território palestino. Em 28 de outubro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que as tropas entraram por terra em Gaza e avançaram para a segunda fase da guerra. O objetivo é destruir a infraestrutura do Hamas e localizar mais de 240 reféns capturados pelo grupo.
Muitos países já apelaram a Israel e ao Hamas para que cessassem as hostilidades e negociassem um cessar-fogo, além de uma solução de dois Estados como a única forma possível de alcançar a paz duradoura na região.