Ainda mais alarmante é o quantitativo de meninas e mulheres violentadas sexualmente no primeiro semestre deste ano. O levantamento revela que 34 mil mulheres e meninas foram estupradas no primeiro semestre de 2023. Isso significa um crescimento de 14,9% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado.
Segundo o estudo, o número de mulheres vítimas de feminicídio também apresentou alto índice, 2,6% a mais do que os dados do mesmo período em 2022.
Houve um significativo aumento no número de estupros e de estupros de vulnerável, figurando em seu maior número desde a série iniciada em 2019, quando foram registrados mais de 29 mil casos ao ano, de acordo com a entidade.
Perfil das vítimas
Crianças criadas em lares tradicionais figuram em destaque no perfil revelado pelo estudo acerca das vítimas de estupro no Brasil. O índice revelou, ainda, que os crimes acontecem dentro das próprias casas, com a autoria de pessoas conhecidas, geralmente familiares.
Regiões
Todas as regiões apresentaram crescimento no número de casos. A maior variação ocorreu na região Sul (32,4%), seguida da região Norte (25%) e do Nordeste (13,2%). No Centro-Oeste, o aumento foi de 9,7%, e no Sudeste a alta foi de 4,8%.
Os pesquisadores frisam que os dados correspondem única e exclusivamente aos registros de boletins de ocorrência de delegacias da Polícia Civil (PC), o que, por sua vez, pode revelar uma fragilidade ainda maior do sistema, devido às subnotificações de casos de violência sexual.