Tradicionalmente, os obuseiros são peças de artilharia móveis de longo alcance que realizam tiros em trajetórias curvas, sendo geralmente movidos por reboques. Hoje em dia, contudo, muitos obuseiros são capazes de realizar tanto tiros tensos (quando as trajetórias são praticamente planas) como tiros curvos, além de poderem ser montados em veículos blindados.
O Exército estima um gasto de US$ 5 milhões (R$ 24 milhões) em cada modelo. Com 36 unidades, espera-se um gasto próximo de US$ 180 milhões, ou aproximadamente R$ 900 milhões na conversão atual. Os militares esperam ainda um gasto adicional de 15% a 20% referente a treinamento e capacitação das tropas.
O orçamento para a compra deverá vir de recursos garantidos pelas Forças Armadas no Novo PAC, programa de infraestrutura criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Exército terá assegurados R$ 6,7 bilhões para projetos de defesa no período de 2024 a 2027.
Os futuros obuseiros do Exército serão instalados sobre chassis de veículos blindados, permitindo a eles alta mobilidade e articulação de armas combinadas. A artilharia buscada pelo Exército também virá no "padrão OTAN", disparando projéteis de 155 mm.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, os obuseiros utilizados atualmente demoram até 15 minutos para efetuar o primeiro disparo, e levam até 8 minutos para disparar dez tiros. Os novos devem demorar até 5 minutos para o primeiro tiro e, após isso, conseguir efetuar seis disparos por minuto.
O estado das negociações
A força terrestre abriu a proposta de compra em agosto. A princípio, o prazo final para que as empresas interessadas se manifestassem era esta terça-feira (14), no entanto esse prazo foi estendido para 6 de fevereiro de 2024. Isso cria uma lista dos concorrentes a serem avaliados.
Após isso, os militares entram no chamado estágio de "diálogo competitivo", em que os termos finais do acordo são acertados. A empresa vitoriosa e o modelo escolhido estão programados para ser anunciados em maio de 2024, com a primeira entrega chegando em 2025 e as subsequentes sendo feitas pelos próximos dez anos, até 2035.
O critério principal para a escolha do modelo não é o preço, mas sim as contrapartidas que as empresas oferecerem, como transferência de tecnologia ou a nacionalização de algum elemento fabril. No caso dos obuseiros, a produção das munições deverá ser feita em parceria com uma empresa brasileira. A Imbel é a favorita para isso, segundo fontes da CNN.