Nesta terça-feira (14), durante uma visita aos escritórios das Nações Unidas em Genebra, bem como em reuniões com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o chanceler israelense, Eli Cohen, pediu a renúncia do secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Guterres não merece liderar as Nações Unidas. Guterres não promoveu nenhum processo de paz na região. […] Guterres, como todas as nações livres, deveria dizer em alto e bom tom: 'Liberte Gaza do Hamas'. Todos disseram que o Hamas é pior que o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países]. Por que ele não pode dizer isso?", indagou o diplomata, segundo o jornal The Times of Israel.
Não é a primeira vez que um alto representante israelense pede a demissão do chefe das Nações Unidas. Em meados de outubro, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, fez o mesmo movimento.
Até o momento, mais de 100 funcionários das Nações Unidas já foram mortos na Faixa de Gaza. As visitas aos órgãos citados feitas pelo chanceler se deram na companhia de familiares dos reféns.
Também nesta terça-feira (14), as famílias de israelenses mantidos como reféns iniciaram uma marcha de cinco dias, de Tel Aviv a Jerusalém, para exigir que o governo faça muito mais para garantir a libertação, segundo a Reuters.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sendo duramente criticado por alguns familiares por não ter feito mais para garantir a libertação, enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) avançam profundamente em Gaza com a ordem de destruir o Hamas.
"Exijo de Benjamin Netanyahu e do gabinete que nos deem respostas e ações", disse Shelly Shem Tov, cujo filho Omer, de 21 anos, foi arrastado para Gaza há cinco semanas.
Os manifestantes de Tel Aviv encerrarão o protesto no sábado (18), em frente à residência de Netanyahu em Jerusalém, a cerca de 65 quilômetros de distância.
"Não sinto que estejamos em boas mãos. Não sentimos que recebemos informações suficientes. Caímos na escuridão. Queremos respostas. Não tenho uma solução, mas não é minha função conseguir uma solução. É minha função exigir a volta da minha família", disse Amit Zach, sobrinho da refém Adina Moshe, de 72 anos.
Os combatentes do Hamas fizeram cerca de 240 pessoas como reféns durante o ataque de 7 de outubro, ao sul de Israel. Os cativos têm idades entre nove meses e 85 anos, e acredita-se que estejam mantidos em túneis nas profundezas da Faixa de Gaza.
O grupo palestino disse na segunda-feira (13) que estava pronto para libertar até 70 mulheres e crianças reféns em troca de uma trégua de cinco dias e da libertação de 275 mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses.
O grupo disse que Israel estava "procrastinando e evitando" o preço do acordo. Até agora, Netanyahu rejeitou qualquer conversa sobre um cessar-fogo, dizendo no domingo (12) que só estaria disposto a interromper os combates se todos os reféns fossem libertados.