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Governo Lula cria comitê para tentar apaziguar 'nova disputa' entre PF e Forças Armadas

Operação Lais de Guia / GLO 2023
Preocupações com mais um desgaste entre Polícia Federal (PF) e Forças Armadas levaram o governo federal a criar um grupo em comum para que nenhum dos dois lados crie uma possível relação de subordinação.
Sputnik
A Polícia Federal (PF) e as Forças Armadas vêm acumulando situações de divergência e atrito desde o período de transição do governo. As tensões tiveram seu auge nas invasões aos prédios dos Três Poderes em Brasília, e poderiam escalar novamente agora, com as ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos.
Sabendo desse contexto, o governo Lula decidiu criar um comitê conjunto entre as pastas da Justiça e da Defesa para acompanhar as operações de GLO no Rio de Janeiro e em São Paulo, segundo o jornal Folha de São Paulo.
A medida foi tomada após policiais federais e militares criticarem uma possível relação de subordinação entre as Forças Armadas e as demais corporações, com generais mandando em delegados ou vice-versa, relata a mídia.
Nas primeiras discussões sobre o decreto da GLO, os ministérios da Defesa e da Justiça já viram um possível atrito entre a PF e as Forças Armadas pela definição de quem comandaria a operação e como seria a relação entre as forças de segurança, relata a mídia.
O novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (R), ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, durante a cerimônia de posse dos membros de seu gabinete, no Palácio do Planalto, em Brasília, em 1º de janeiro de 2023
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No entanto, a primeira reunião do comitê conjunto da GLO do Rio, na última semana, já foi marcada por tensão. O vice-almirante Paulo Renato Rohwer comentou sobre a necessidade de fazer ajustes orçamentários para viabilizar a operação e destacou que o decreto continha informações desnecessárias.
Além disso, Rohwer fez menção ainda à falta do representante da PF na reunião trimestral sobre a Operação Ágata. A crítica foi entendida por membros do Ministério da Justiça como uma provocação do militar.
Mais tarde, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, reclamou da postura do almirante. Com a disputa, o ministro da Defesa, José Múcio, decidiu retirar Rohwer do comitê e designou seu chefe de gabinete, Marcelo Pimentel, para a função.
A criação do comitê tenta diluir essas tensões e trazer maior unidade entre os dois lados, escreve a mídia. O comitê é coordenado pelos ministérios da Justiça e da Defesa e possui oito integrantes, quatro de cada lado. Eles devem se reunir semanalmente e repassar as críticas e sugestões para os ministros e chefes das corporações.
Nesta primeira semana de GLO, a Marinha divulgou a abordagem feita a 505 embarcações, apreensão de seis, inspeção de 4.369 veículos e 61 ações de interagências, conforme noticiado.
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