Panorama internacional

Indústria de automóveis e bancos russos ignoram sanções e obtêm lucros recordes, diz mídia americana

Setores-chave da economia russa estão se adaptando e, em alguns casos, até se recuperando completamente das sanções internacionais sem precedentes impostas por sua operação militar na Ucrânia, diz agência estadunidense.
Sputnik
Diversos setores como bancos, fabricantes de automóveis e companhias aéreas encontraram formas de lidar com a situação e, no caso dos credores, obter lucros recordes neste ano, apesar das restrições dos Estados Unidos e da Europa destinadas a afundar a economia em retaliação ao conflito, de acordo com a agência Bloomberg.
Muitas das empresas que se recuperaram do choque do ano passado fizeram-no porque a economia geral russa cresceu e a procura dos consumidores aumentou, impulsionada por amplos gastos governamentais, analisa a mídia.
Especificamente, o setor bancário da Rússia oferece um dos exemplos mais claros de onde a economia superou o impacto das sanções. O maior banco russo, o estatal Sberbank, que junto a todos os principais intervenientes no mercado do país foi designado isolado do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, está preparado para obter um lucro recorde em rublos neste ano.

"Muito provavelmente, este ano será de fato o de maior sucesso da história para nós", disse Herman Gref, o CEO do Sberbank que foi sancionado pelos EUA, pela União Europeia e pelo Reino Unido.

A mídia ainda afirma que o Sberbank não é o único nisso. O lucro total do setor bancário russo nos primeiros nove meses do ano já ultrapassou o anterior recorde anual de antes do conflito, em 2021.
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A capacidade da Rússia para encontrar novas fontes de importações, ou, em alguns casos, substituí-las completamente, foi outro fator na sua recente recuperação, disse Svyatoslav Murashov, economista do Raiffeisenbank em Moscou.

"As empresas russas estão conseguindo aplicar soluções muito fora do padrão. Ainda não vemos nenhum déficit grave."

O mercado de automóveis também confirma isso. Aparentemente mortas após um êxodo em massa de marcas ocidentais, as vendas de automóveis se recuperaram para os níveis anteriores ao conflito em pouco mais de um ano, escreve a agência norte-americana.

A China é agora responsável por cerca de 80% das importações de automóveis novos e as marcas chinesas capturaram mais da metade de todo o mercado de automóveis russo em menos de dois anos, segundo a agência analítica Autostat, citada pela mídia.

A russa Avtovaz controla outra fatia do mercado e reportou um aumento de 59% na produção nos primeiros sete meses do ano, bem como os melhores volumes de vendas numa década, apesar das restrições ao fornecimento de componentes ao país.
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Todo esse percurso e recuperação mostram que há limites para as sanções que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse terem sido concebidas para cortar a economia russa ao meio e transformar o rublo em "escombros", coforme declarou o líder norte-americano em um discurso no ano passado. Mesmo que o Ocidente tenha tentado "espremer" Moscou, a Rússia continua firme nos objetivos de sua economia.
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