O relatório da AIEA aponta que o país persa armazenou um volume de urânio enriquecido cerca de 22 vezes maior do que o limite estabelecido pelo Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sgila em inglês), acordo que, após a retirada dos Estados Unidos em 2018, passou a ser praticamente um texto virtual sem maiores efeitos.
Desde o último relatório lançado em 4 de setembro, o estoque iraniano de urânio enriquecido até 60% cresceu mais 6,7 quilos, chegando a 128,3 quilos, disse um dos dois documentos enviados aos Estados-membros da agência nuclear das Nações Unidas e visto pela Reuters.
Isto é mais de três vezes os cerca de 42 quilos que, pela definição da AIEA, são teoricamente suficientes, se forem ainda mais enriquecidos, para uma bomba nuclear.
Além da quantidade total de material nuclear, a agência da ONU vem mostrando preocupação com os avanços do país no grau de enriquecimento.
No começo do ano, a AIEA apontou que partículas de urânio chegaram a ser enriquecidas a 83,7% de pureza na instalação de Fordo, grau próximo ao apontado como necessário para uso militar, reporta o jornal O Globo.
Oficialmente, o Irã afirma que seu programa nuclear tem fins puramente pacíficos, com o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, citando com frequência uma "fatwa" (decreto religioso islâmico) que veta explicitamente o uso de armas de destruição em massa, incluindo as nucleares.