O principal conselheiro de energia do partido Plataforma Cívica, Grzegorz Onichimowski, disse que os parceiros norte-americanos já escolhidos, Westinghouse e Bechtel, deveriam assumir pelo menos 30% de participação acionária no projeto, segundo a agência Bloomberg.
O plano atual, assinado pelo gabinete cessante, não incluía quaisquer injeções de capital por parte das empresas.
"A energia nuclear, que goza de apoio público significativo, é essencial para o sucesso da transição energética da Polônia. No entanto, estamos cientes dos riscos relacionados a tal projeto. Por isso, seria desejável que nosso parceiro/fornecedor assumisse uma participação de capital", afirmou Onichimowski.
Em uma tentativa de aumentar a segurança energética, abandonar o carvão e fortalecer os laços com Washington, o governo polonês escolheu a Westinghouse e a Bechtel para conceber e construir os primeiros reatores de energia atômica do país.
A administração cessante da Polônia planejava construir 6–9 gigawatts em energia nuclear até 2040, incluindo três reatores AP1000 da Westinghouse. O financiamento do programa não foi acordado, com o preço da primeira fábrica estimado em pelo menos US$ 20 bilhões (R$ 97 bilhões).
O atual governo pretendia inicialmente que os seus parceiros estrangeiros adquirissem participações no capital até 49%, mas desistiu. Em vez disso, a proposta prevê que a Westinghouse e a Bechtel ajudem a garantir o financiamento da dívida para o projeto junto ao Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (EXIM, na sigla em inglês), escreve a agência.
O líder da Plataforma Cívica, Donald Tusk, cotado para ser o próximo primeiro-ministro depois que seu bloco de oposição venceu as eleições do mês passado, deixou claro que está interessado em trabalhar com os EUA no projeto, relata a mídia.
"Devemos construir esta comunidade de interesses econômicos com os EUA e unir os interesses americanos e poloneses de uma forma amigável e sólida, porque não sabemos como será a situação geopolítica dentro de um ou dois anos", disse Tusk ao discutir a energia nuclear com seus apoiadores em Wroclaw.
No entanto, Onichimowski disse que a Polônia pode não precisar de tanta capacidade nuclear. "Seria ideal construir duas usinas. A primeira com os norte-americanos, e a segunda, talvez, com outro parceiro", afirmou.