A senadora republicana Joni Ernst, de Iowa, apelou a administradora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), Samantha Power, para esclarecer para onde vão os dólares dos contribuintes norte-americanos na Ucrânia.
Em uma carta a Power obtida por um meio de comunicação dos EUA, Ernst escreveu que considera "estas atividades de assistência e a falta de transparência da USAID particularmente problemáticas" em conexão com o recente pedido da administração Biden de cerca de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 67,9 bilhões) em dotações adicionais para financiamento não militar para Ucrânia.
A senadora acrescentou que não está disposta a concordar em distribuir quase US$ 25 bilhões (cerca de R$ 121,4 bilhões) em "dólares dos impostos dos trabalhadores americanos para a chamada ajuda econômica à Ucrânia".
Ernst instou Power a fornecer uma lista completa de empresas na Ucrânia que receberam apoio norte-americano através de programas da USAID, financiados "no todo ou em parte" por Washington desde fevereiro de 2022.
As observações foram feitas depois de Erin McKee, administradora assistente da USAID, ter dito que o apoio orçamentário direto da Casa Branca à Ucrânia tinha acabado, em depoimento à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"Isso significa que eles [o governo ucraniano] não têm quaisquer recursos para cuidar do seu próprio povo e governar", acrescentou McKee.
A discussão ocorre em um momento em que a Câmara e o Senado continuam em desacordo sobre se Washington deve continuar a financiar a Ucrânia. No início de novembro, a Câmara Baixa aprovou um projeto de lei para enviar ajuda de emergência no valor de US$ 14,2 bilhões (aproximadamente R$ 68,9 bilhões) apenas para Israel, um documento que foi então bloqueado pelo Senado.
Os EUA, juntamente com os seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aumentaram a assistência à Ucrânia pouco depois do início da operação militar especial russa no país. Moscou alertou repetidamente que tal assistência contribui apenas para o prolongamento do conflito ucraniano.