A medida foi tomada por conta de difamações do republicado a responsáveis pelo processo no tribunal norte-americano. Com isso, Trump volta a poder comentar livremente após decisão do juiz David Friedman, que também se aplica a advogados do ex-presidente e outras pessoas envolvidas no caso.
Por conta de comentários depreciativos nas redes sociais contra uma secretária do juiz Arthur Engoron no início de outubro, responsável por julgar as suspeitas de fraude civil da família Trump, o republicano recebeu a ordem de silêncio.
O responsável pela decisão foi o próprio Engoron, que também impôs multa de US$ 15 mil (R$ 72,9 mil) e ampliou a ordem para os advogados depois que questionaram o papel da secretária no tribunal. Para o juiz David Friedman, o magistrado não possui autoridade para controlar o discurso de Trump fora da sala do tribunal.
Frequentemente, o ex-presidente tem criticado Engoron sobre a condução do processo judicial, além de fazer comentários para as câmeras de televisão no corredor do tribunal. Conforme a decisão, ordens de silêncio só devem ser usadas em casos criminais e quando há temor que comentários influenciem o júri. O processo de Trump acontece na instância civil.
Juiz é processado por advogados de Trump
Na última quarta-feira (15), advogados de Trump iniciaram um processo contra Engoron contestando a ordem de silêncio como abuso de poder. Após a decisão de Friedman, Alina Habba, que defende o ex-presidente, afirmou que não há planos de aconselhar o ex-presidente de não fazer comentários sobre a secretária judicial.
"Não vejo motivo para restrições, porque a Sra. James continua difamando meu cliente", disse, referindo-se à procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que está conduzindo o caso e foi responsável pela denúncia. Habba acrescentou que Trump não ameaçou a segurança da secretária judicial.
"Ambas as partes precisam poder falar, e o fato de que eu, francamente, e meu cliente não pudemos falar nos últimos dias é muito inconstitucional", acrescentou.
Durante os julgamentos, Trump e seus advogados fizeram vários questionamentos à secretária judicial, Allison Greenfield, por ser democrata. Além disso, ela atuaria como voz partidária para o juiz Engoron, que também é favorável ao partido do presidente Joe Biden, e está desempenhando um papel muito proeminente no caso.
Fraudes em valores de imóveis
A Trump Organization é acusada de inflar os seus ativos em bilhões de dólares para obter empréstimos bancários e seguros mais favoráveis. Entre os exemplos no processo judicial, está um apartamento avaliado em US$ 327 milhões (mais de R$ 1,6 bilhões), cujo valor é "significativamente maior" do que qualquer outro imóvel já vendido na cidade.
Apesar de não correrem risco de serem presos, Trump e a família podem ser multados em até US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão), além de serem removidos da administração da empresa. O ex-presidente já criticou diversas vezes o juiz Arthur Engoron, responsável pelo caso, e disse que o magistrado faz "o trabalho sujo para o Partido Democrata".
O republicano também é julgado em Washington por conspirar contra os resultados eleitorais de 2020, quando perdeu para o democrata Joe Biden. Na Flórida, Trump ainda responde por acusações de má administração de documentos governamentais ultrassecretos.