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Após ameaças, repatriado de Gaza diz que pensa em deixar o Brasil

Advogada que representa Hasan Rabee protocolou pedido de escolta para a família do repatriado no Ministério da Justiça.
Sputnik
O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, repatriado da Faixa de Gaza pelo governo brasileiro, afirmou nesta sexta-feira (17) que pensa em deixar o Brasil por conta das ameaças que vem recebendo nas redes sociais.
"Se eu tivesse ficado em Gaza com minha família, era melhor que tudo isso", lamentou Rabee.
Nesta sexta-feira, a advogada Talitha Camargo da Fonseca, que representa Rabee, solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública escolta para ele, a esposa e as duas filhas.
A solicitação da escolta traz anexas as mais de 200 mensagens de ódio e ameaças de morte recebidas por Rabee desde que desembarcou no Brasil.
Na maioria das mensagens, Rabee é intimidado e chamado de terrorista, mas também há mensagens criticando o fato de ele ter posado para fotos junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na semana passada recepcionou o grupo de 32 repatriados na Base Aérea de Brasília.
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Na quinta-feira (16), a advogada solicitou ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania a inclusão da família de Rabee no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH).
A advogada disse ainda que outros repatriados de Gaza que desembarcaram no Brasil junto com Rabee também vêm sofrendo ameaças. Porém ele se tornou o principal alvo por conta de vídeos que gravou para os noticiários brasileiros, mostrando a violência da ofensiva israelense no enclave.
Ela afirmou que pretende acionar a Justiça para processar todas as pessoas que enviaram mensagens de ódio a Rabee. Uma das que serão acionadas é a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que acusou Rabee publicamente de compartilhar mensagens pró-terrorismo.
Rabee chegou ao Brasil na segunda-feira (13), após passar semanas sitiado na Faixa de Gaza, aguardando liberação para cruzar a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. Durante esse período, ele recebeu ajuda da Embaixada do Brasil na Palestina para a compra de água, alimentos e itens de primeira necessidade.
Nesta sexta-feira, autoridades palestinas divulgaram um comunicado revisando o número de mortos em decorrência da atuação israelense no enclave.

"O número de mortos em Gaza chegou a 12 mil, entre eles 5 mil crianças", diz o texto.

O comunicado acrescenta que o número de pessoas desaparecidas na Faixa de Gaza, em particular sob escombros, ultrapassou 3.750.
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