Ilham Aliev, presidente do Azerbaijão, criticou o posicionamento dos EUA nas negociações com a Armênia, que considerou enviesado, relata na quinta-feira (16) a agência francesa AFP.
Baku e Yerevan têm um conflito territorial sobre a região de Nagorno-Karabakh desde 1988, quando ainda integravam a URSS. Em setembro uma operação militar do Azerbaijão na república autoproclamada causou o êxodo da população armênia local para a Armênia, e assegurou sua posse por Baku.
"Não consideramos possível realizar a reunião proposta no nível dos ministros das Relações Exteriores do Azerbaijão e da Armênia em Washington em 20 de novembro de 2023", disse o Ministério das Relações Exteriores de Azerbaijão em um comunicado sobre a audiência de quarta-feira (15) no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA, onde, segundo a chancelaria, James O'Brien, vice-secretário de Estado americano, fez "comentários unilaterais e tendenciosos" sobre Baku.
Ele declarou então que "nada será normal com o Azerbaijão após os eventos de 19 de setembro até que vejamos progresso no caminho da paz", e que "cancelamos uma série de visitas de alto nível e condenamos as ações [de Baku]".
"Essa abordagem unilateral dos Estados Unidos pode levar à perda de [seu] papel de mediação", de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão.
Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Armênia, disse na quinta-feira (15) que a "vontade política de Yerevan de assinar nos próximos meses um acordo de paz com o Azerbaijão permanece inabalável".
Pashinyan e Aliev realizaram várias rodadas de negociações sob a mediação da União Europeia.
Já em outubro Aliev se recusou a participar de uma rodada de negociações com Pashinyan na Espanha, citando a "posição tendenciosa" da França.