Ao discursar para membros de seu partido Fidesz neste sábado (18), o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse que Budapeste deve dizer não ao atual modelo europeu construído em Bruxelas, acrescentando que a União Europeia precisa ser mudada em vez de abandonada.
"Corrigir a promessa errada [de Bruxelas] de iniciar diálogos [com a Ucrânia sobre a adesão à UE] também será a nossa tarefa, já que a Ucrânia está agora a anos-luz de distância da União Europeia", disse Orban, acrescentando que combateria as tentativas do bloco europeu para instalar migrantes na Hungria, segundo a agência Reuters.
Orbán também afirmou nesta semana que a estratégia da UE de enviar dinheiro e ajuda militar à Ucrânia falhou e voltou a dizer que seu governo se opõe ao início de negociações para entrada do país do Leste Europeu no bloco.
No dia 8 deste mês, a Comissão Europeia recomendou o início de negociações para adesão do Estado ucraniano, conforme noticiado.
Na sexta-feira (17), o premiê enviou um inquérito aos seus cidadãos questionando se a UE deveria atribuir mais fundos à Ucrânia ou conceder-lhe a adesão.
"Resistiremos às ideias malucas dos burocratas de Bruxelas, à invasão de migrantes, à propaganda de gênero, e resistiremos às ilusões sobre a guerra [na Ucrânia] e à adesão despreparada da Ucrânia à UE", acrescentou o premiê.
Além da Hungria, agricultores europeus também veem como uma ameaça o ingresso de Kiev no bloco. Segundo o setor agrícola, há temores de fortes alterações no clima competitivo intraeuropeu, uma vez que a Ucrânia já é o segundo maior fornecedor de produtos orgânicos para a UE.