A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, nesta segunda-feira (20), em entrevista ao site russo Izvestia, que o presidente americano, Joe Biden, deu início à campanha eleitoral com a recente publicação de um artigo no jornal The Washington Post, no último sábado (18).
No texto, o presidente americano tentou justificar a fracassada política externa de seu governo, afirmando que os conflitos na Ucrânia e entre Israel e Palestina se transformarão em um "tremendo progresso".
"O artigo do presidente dos EUA, Joe Biden no Washington Post é um dos primeiros passos da campanha eleitoral", disse Zakharova.
Ela ressaltou que as eleições americanas estão marcadas para novembro de 2024, e que, com o artigo, a gestão de Biden expôs como será sua agenda para a política externa nos próximos meses. "Ela parecerá ruim, absurda, selvagem. Em uma palavra: feia", enfatizou Zakharova.
Na sua opinião de Zakharova, Biden iniciou sua campanha eleitoral com um fracasso histórico, uma vez que o índice de aprovação do atual presidente dos EUA atingiu um mínimo histórico. Ela também chamou atenção para o fato de o presidente escolher iniciar a campanha por meio de um artigo, em vez do tradicional discurso à nação.
"Optou-se pelo formato de um artigo escrito, e a razão para isso é bastante óbvia: a equipe do atual presidente não considerou possível permitir que ele fale pessoalmente, ou pelo menos publicamente, sobre questões de política externa de difícil resolução. Teria sido ainda pior", disse Zakharova.
Segundo ela, Biden traça paralelos entre os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio pela simples razão de que o apoio a Israel, em todas as suas ações, é a única questão sobre a qual existe um consenso bipartidário nos mais altos escalões do poder nos EUA.
"Em todos os outros aspectos, as diferenças entre republicanos e democratas são intransponíveis", destacou Zakharova.
Ela acrescentou que não se pode deixar de partilhar as palavras de Biden no artigo sobre a necessidade de uma solução de dois Estados para a questão palestina e sobre a inaceitabilidade do despejo de palestinos de seu território. No entanto, ela questionou por que razão o presidente dos EUA não dirigiu, publicamente, estas mesmas palavras ao governo israelense.