O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse no domingo (19) que era um "fato" que Israel sofreu uma "derrota" em sua guerra contra o grupo palestino Hamas.
Falando em um discurso num centro da Força Aeroespacial do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) em Teerã, Khamenei afirmou que Israel "até agora não conseguiu" atingir seu objetivo declarado de destruir o Hamas "apesar dos bombardeios maciços" em Gaza.
"Essa inabilidade reflete a incapacidade dos Estados Unidos e dos países ocidentais" que apoiam Israel, acrescentou.
Khamenei sublinhou que "avançar e entrar em hospitais ou nas casas das pessoas não é uma vitória, porque vitória significa derrotar o outro lado".
Segundo ele, Israel "matou milhares de crianças sem nenhum remorso" porque, como ele afirmou, "os sionistas [israelenses] se consideram uma raça superior".
Khamenei pediu aos países muçulmanos que têm relações formais com Israel que "cortem" esses laços e interrompam o comércio.
"Alguns governos islâmicos [...] ainda não condenaram [as ações de Israel em Gaza], mas isso não é aceitável", apontou ele.
Tel Aviv prometeu aniquilar o grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, após a sua incursão a Israel em 7 de outubro, durante a qual seus militantes mataram 1.300 pessoas e tomaram 240 como reféns para o enclave, de acordo com a contagem israelense.
Desde então, Israel bombardeou grande parte da Cidade de Gaza, ordenou o despovoamento da metade norte da estreita faixa e deslocou cerca de dois terços dos 2,3 milhões de palestinos de Gaza, provocando ainda mais de 13.000 mortes do outro lado, segundo os números do Hamas.