“Recebi agora telefonema de Javier Milei, onde [sic] o cumprimentei pela vitória, bem como fui convidado para sua posse. Hoje a Argentina representa muito para todos aqueles que amam a democracia e respiram liberdade", declarou Bolsonaro.
Também nesta segunda-feira, o assessor especial da presidência para Assuntos Internacionais de Lula, Celso Amorim, declarou em um programa do canal Globo News, que o presidente brasileiro não deve comparecer à posse de Milei. A cerimônia acontecerá no dia 10 de dezembro.
"Creio que não irá, pelo que conheço do presidente, tendo sido objeto de ofensas pessoais, dificilmente ele irá (...) mas o Brasil quer manter relações com a Argentina. São relações de Estado muito sólidas e importantes", disse Amorim.
As ofensas citadas dizem respeito a declarações feitas por Milei contra Lula, ainda candidato, como quando o chamou de corrupto, comunista e afirmou que não pretende ter relações com seu governo.
Por outro lado o assessor de Lula afirmou que o presidente "tem total capacidade de distinguir entre as questões pessoais e as questões de Estado. Do nosso lado, não vamos deixar que simpatias pessoais afetem o nosso relacionamento".
Mais cedo, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, comentou com jornalistas, em vento no Palácio do Planalto, que Lula só ligaria para Javier Milei, após este pedir desculpas pelas ofensas que fez ao chefe de Estado brasileiro.
Ontem, Bolsonaro parabenizou via rede social o recém-eleito presidente argentino. Já Lula desejou "boa sorte" e "êxito ao novo governo" argentino.
Eleito com mais de 55% dos votos válidos, contra cerca de 44% do oponente, Sergio Massa, Milei tem como uma das principais plataformas de governo abandonar o peso argentino em favor do dólar norte-americano, e fechar o Banco Central do país para interromper a inflação de três dígitos, uma das mais altas do mundo. Em outubro, o acumulado superou 142%.