No domingo (19), o político de extrema-direita Javier Milei, da aliança La Libertad Avanza (A Liberdade Avança), venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, derrotando o candidato da aliança governista Unión por la Patria (União pela Pátria), o ministro da Economia, Sergio Massa. Durante sua campanha, Milei prometeu retirar a adesão do país ao Mercosul.
"Certamente, tomamos nota do resultado eleitoral na Argentina, mas é tudo o que vamos dizer no momento. O que posso dizer sobre as negociações que estão em andamento [é que] elas são extremamente construtivas, extremamente focadas. Três reuniões entre os negociadores-chefes tiveram lugar em outubro e outra reunião na semana passada. Continuamos a trabalhar para cumprir o prazo estabelecido pela presidente da [Comissão Europeia] [Ursula] von der Leyen para resolver isto antes do final do ano. E isso continua a ser o caso", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, aos repórteres, quando questionado sobre quais implicações a eleição de Milei poderia ter para as perspectivas do acordo UE-Mercosul.
No início do dia, o Financial Times (FT) informou que os dois blocos pretendem finalizar o acordo comercial antes do término da presidência do Brasil no Mercosul, no início de dezembro.
Em 2019, a UE e o Mercosul chegaram a um acordo político para um acordo comercial entre os dois blocos, após cerca de duas décadas de um extenso processo de negociação. Desde então, as partes têm estado envolvidas em conversações para chegar ao acordo comercial. As discussões ficaram suspensas durante meses devido às preocupações ambientais da UE em relação às nações sul-americanas, mas o processo foi revitalizado recentemente, com von der Leyen expressando em junho o compromisso de concluir o processo até o final de 2023.