Panorama internacional

Bombardeio de Israel contra hospital na Faixa de Gaza deixa 4 médicos mortos

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino denunciou nesta terça-feira (21) que os bombardeios das Forças de Defesa de Israel (FDI) contra o hospital Al-Awda, na cidade de Gaza, que fica na porção norte do território, deixou pelo menos quatro médicos mortos.
Sputnik
"A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino condena o bombardeamento do hospital Al-Awda por Israel, que levou à morte de quatro médicos", informou a organização na rede social X (antigo Twitter).
Os frequentes ataques israelenses contra hospitais são criticados duramente pela comunidade internacional. Em outubro, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, chegou a declarar que a entidade estava "horrorizada" com o bombardeio do país ao complexo hospitalar Al-Shifa, que deixou mais de 200 mortos. A justificativa das FDI é que as estruturas são usadas pelo grupo Hamas como centros de controle.
No último fim de semana, o Exército israelense ordenou que as autoridades palestinas evacuassem a unidade — que tinha mais de 450 pessoas internadas e outras cerca de 5 mil abrigadas por não terem para onde ir.
Em pouco mais de seis semanas, o conflito entre Hamas e Israel fez o número de palestinos mortos ultrapassar 14,1 mil — grande parte composto por mulheres e crianças —, além de deixar cerca de 33 mil pessoas feridas.

Hospitais em péssimas condições

Por conta dos bloqueios de Israel que impedem a chegada de combustível suficiente para alimentar os geradores de hospitais, centenas de pessoas já morreram nas unidades por falta de condições básicas e até remédios. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos três unidades médicas estão sendo evacuadas nesta terça-feira (21).

"Estamos analisando três hospitais neste momento, no norte, que pediram para ser evacuados. Mas, novamente, o ponto importante é para onde ir. Não há espaço seguro", disse Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, em uma coletiva de imprensa.

Além do Al-Shifa, serão evacuados os hospitais Indonésio e Al-Ahli. Todos os três pararam de funcionar depois de ficarem sem eletricidade e suprimentos médicos, disse Lindmeier, acrescentando que o norte da Faixa de Gaza já não tinha uma única instalação médica em funcionamento.
"Tirar os cuidados de saúde às pessoas é tirar o último recurso, é tirar o último pedaço da humanidade, e é isso que está acontecendo neste momento", disse o porta-voz da entidade, que acrescentou: "Isso significa que a situação no terreno se tornou tão terrível que a única outra alternativa é enfrentar o que eles pensam ser uma morte certa, já que os hospitais estão sob ataque."
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Lindmeier disse que as unidades de saúde restantes no sul lutavam para ajudar milhares de pacientes gravemente doentes, mesmo sem suprimentos médicos necessários. Centenas de cirurgias chegaram a ocorrer sem anestesia, dificultando ainda mais a recuperação das pessoas. Há relatos de doenças infecciosas se espalhando nas unidades e, também, em abrigos superlotados administrados pela ONU.

Guerra começou após ataque do Hamas

Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes e fez uma incursão armada nas zonas da fronteira sul de Israel, o que deixou 1,2 mil pessoas mortas. Isso levou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a declarar guerra contra o grupo palestino. Muitos países apelaram a Israel e ao Hamas para que estabeleçam um cessar-fogo.
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