Em entrevista ao tabloide britânico The Sun na segunda-feira (20), ao falar sobre militares na política, Vladimir Zelensky citou especificamente o comandante em chefe do Estado-Maior, Valery Zaluzhny.
"Se um militar decidiu fazer política, é seu direito, então ele deveria entrar na política e não poderá lidar com a guerra. Se você administra a guerra tendo em mente que amanhã fará política ou eleições, então, em suas palavras e na linha de frente, você se comporta como um político e não como um militar, e acho que isso é um grande erro", disse Zelensky à mídia.
No início do mês, o general Zaluzhny afirmou que o conflito com a Rússia estava em um impasse e que um avanço era improvável.
Apoiadores do general pintaram o seu retrato em cidades no ano passado e ele foi amplamente creditado como o mentor da resistência da Ucrânia. Ainda segundo o The Sun, há rumores de que Zaluzhny será um rival em potencial de Zelensky se ele decidir seguir a carreira política.
"Com todo o respeito ao general Zaluzhny e a todos os comandantes que estão no campo de batalha, existe um entendimento absoluto da hierarquia e é isso, e não pode haver dois, três, quatro, cinco. É uma coisa, de acordo com a lei e em tempos de guerra, isso nem pode ser discutido. Isso não leva à unidade da nação", afirmou o presidente ucraniano.
Ainda na visão de Zelensky, o movimento de militares entrando na política acontece desde 2014 no país: "Várias forças políticas estão empurrando os militares para a política. Foi depois de 2014, quando cada partido político queria alguns militares, estrelas da guerra, e acredito que isso foi um erro muito grande [...]", complementou.
A Ucrânia tem enfrentado graves problemas para continuar sua lenta contraofensiva, como a redução no envio de armas por parte dos Estados Unidos e o não cumprimento dentro do prazo da meta estabelecida pela União Europeia para entrega de um milhão de projéteis para kiev.