Desde que Milei venceu as eleições presidenciais, os esforços para aproximar posições com o governo Lula se intensificaram, relata o jornal O Globo. Scioli chegou ao Planalto por volta das 10h40 e não quis falar com a imprensa. A pauta da conversa ainda não foi divulgada pelo Palácio do Planalto.
O embaixador, que como representante do governo de Alberto Fernández conseguiu estabelecer um bom vínculo com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é peça-chave para que o vínculo entre Brasil e Argentina não entre numa nova fase de crise e tensão, escreve o jornal.
Fontes ouvidas pelo jornal disseram que na reunião, que durou cerca de uma hora, foram tratados temas do relacionamento bilateral. A mídia destaca que Scioli tem boas relações com membros da futura administração argentina e poderia permanecer no cargo após 10 de dezembro, quando Milei será empossado.
Figuras essenciais nesse relacionamento, entre elas o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, têm um canal aberto com colaboradores e futuros ministros do governo de Milei, entre eles a futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.
As conversas têm tido vários objetivos, entre eles trabalhar para criar condições que viabilizem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse, e, acima de tudo, desestressar o vínculo bilateral.
No entanto, até o momento, Lula não deu a palavra final se vai ou não à celebração, visto que durante a campanha Milei atacou o petista o chamando de "ladrão e corrupto".
A tendência é que nem Lula nem o vice-presidente, Geraldo Alckmin – que anteriormente havia sido cotado para ir – compareçam à posse. Fontes do governo acreditam que o país possa ser representado pelo chanceler Mauro Vieira, mas isso pode ser reavaliado, segundo o jornal Valor Econômico.
Bolsonaro, por sua vez, disse que vai e levará consigo "uma comitiva", incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Santa Catarina, Jorginho Mello.